O ano de 2025 começou dando ao Brasil seu primeiro Oscar, para o filme Ainda Estou Aqui, e terminou confirmando a boa fase da produção nacional com diversos títulos valorosos, entre eles O Agente Secreto, que tentará a estatueta novamente em 2026. No programa Em Cartaz Especial, a jornalista Raquel Carneiro e os repórteres Kelly Miyashiro e Thiago Gelli, parte da editoria de cultura de VEJA, analisam o ranking. Abaixo, confira sinopses e links para entrevistas e resenhas.
Confira a seguir o programa e a lista com links das entrevistas e matérias sobre cada longa:
10° LUGAR: SUPERMAN

A missão era difícil: após várias derrapadas, a DC daria um novo início ao seu universo de super-heróis, começando com o maior de seu elenco, Superman. Para isso, chamou o diretor James Gunn e um novo elenco, dando o figurino do Homem de Ferro ao jovem David Corenswet. Entre as melhores surpresas do ano, o novo filme do Superman conquistou plateias pelo mundo, dando nova cor, alegria e uma mensagem de esperança à trama. Confira aqui uma reportagem especial sobre o filme com James Gunn — e nos links a seguir entrevistas exclusivas com os atores do filme: David Corenswet, Nicholas Hoult e Rachel Brosnahan.
9° LUGAR: VALOR SENTIMENTAL

O filme do diretor norueguês Joachim Trier é uma das grandes apostas do Oscar em 2026, ao narrar com delicadeza e primor a história de uma família tentando quebrar a rede de amarguras e os traumas geracionais que a seguem. Stellan Skarsgård interpreta um cineasta que foi um pai ausente na vida das duas filhas, agora adultas. Quando a mãe delas morre, ele tenta uma reaproximação e convida a mais velha para atuar em seu próximo filme. Confira neste link uma reportagem sobre o filme e aqui uma entrevista com Skarsgård, que ganhou o apelido de “nepo daddy” por ser o patriarca do prolífico clã de artistas que carregam seu sobrenome.
8° LUGAR: A HORA DO MAL

Um dos filmes de terror mais elogiados do ano, a trama segue o desaparecimento de diversas crianças de uma mesma sala que, certa noite, se levantaram sozinhas da cama e saíram correndo de casa para a escuridão. Apenas um garoto daquela série na escola não desapareceu. Com estas peças, o diretor Zach Cregger monta um suspense intrigante, com pitadas de comédia ácida e toques de crítica social. Confira neste link uma análise sobre o terror no cinema em 2025.
7° LUGAR: HOMEM COM H

Interpretado por Jesuíta Barbosa, o cantor Ney Matogrosso ganhou neste ano uma notável cinebiografia, que refletiu bem seu modo de vida, com muita liberdade e arte. A produção segue a história do cantor desde a infância em um lar opressor até o estrelato de um dos grandes nomes da música nacional. Leia mais sobre o filme neste link. Confira também uma bela entrevista de Matogrosso para as Páginas Amarelas de VEJA.
6° LUGAR: GUERREIRAD DO K-POP

Um dos grandes fenômenos de 2025, a animação da Netflix explodiu em audiência e fez de sua trilha sonora uma das mais ouvidas nas plataformas de streaming. Na trama, um trio de cantoras combate demônios com suas canções — fórmula rebatida pelos seres do submundo, que formam em contrapartida uma boyband para encarar as rivais. Uma adorável trama sobre identidade e tolerância. Veja aqui um vídeo de entrevista exclusiva com os talentos do filme e também uma análise sobre a proliferação do K-pop no mundo.
5° LUGAR: FRANKENSTEIN

Publicado há mais de 200 anos, o romance Frankenstein ou o Prometeu Moderno (1818), da inglesa Mary Shelley, revelou-se ao longo do tempo uma alegoria que não se esgota. Nos dias atuais, quando a inteligência artificial e outros avanços dão poder desmedido a alguns poucos bilionários geniais da tecnologia, ganhou ressonância ainda maior: a história do cientista que brinca de Deus ao criar um monstro a partir de pedaços de cadáveres se impõe como alerta poderoso. Em sua refinada versão, o mexicano Guillermo del Toro teve a sabedoria de buscar fidelidade ao livro, realçando sua potência por meio do visual impecável e das atuações de Oscar Isaac, como o Dr. Victor Frankenstein, e de Jacob Elordi, que faz um monstro humanista e extraordinário. Leia mais sobre os bastidores do filme com entrevistas neste link.
4° LUGAR: FOI APENAS UM ACIDENTE
Cena do filme: grupo deve decidir o que fazer com homem que pode ser (ou não) um torturadorProibido pelo governo do Irã de fazer filmes sob acusação de propaganda contra o regime, o diretor Jafar Panahi trabalha de modo clandestino desde 2011. O uso de equipe enxuta e de poucas locações fez dele um mestre do roteiro — e elevou a fórmula ao auge com o excelente Foi Apenas um Acidente, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes deste ano. Na trama, um grupo inusitado de iranianos, presos pelo regime no passado, se une quando um deles crê ter sequestrado o torturador que os aterrorizou. Na tentativa de confirmar sua identidade, eles passam por situações cômicas e dramáticas, enquanto decidem o que fazer com o prisioneiro. Um thriller sobre ética, vingança e perdão. Leia mais sobre o diretor que virou o terror dos aiatolás.
3° LUGAR: PECADORES

O ano que passou foi prolífico para o terror não só em termos quantitativos: diversas produções inocularam algo nobre no gênero, a possibilidade de refletir sobre o mal-estar na civilização atual. Sucessos como A Hora do Mal e Faça Ela Voltar se esmeraram nisso. Mas nada superou o impacto e a excelência de Pecadores. Dirigido por um Ryan Coogler que provou a capacidade de ir muito além do apelo pop de Pantera Negra, o longa narra a história de dois gêmeos negros — interpretados por Michael B. Jordan — que voltam à cidade natal, no sul dos Estados Unidos do começo do século XX, para montar um clube de blues. Dessa premissa nasce uma trama assustadoramente vivaz, que fala de racismo e criaturas sobrenaturais enquanto celebra a cultura afro-americana.
2° LUGAR: UMA BATALHA APÓS A OUTRA

Boa parcela da arte feita em 2025 tentou refletir o tumulto político dos Estados Unidos em pleno segundo mandato de Donald Trump, mas nenhuma outra obra do ano o fez com tanto primor quanto o décimo longa-metragem do cineasta Paul Thomas Anderson. Com base no romance Vineland (1990), de Thomas Pynchon, o filme acompanha anos da vida de Bob (Leonardo DiCaprio), um guerrilheiro especializado em explosivos que se apaixona perdidamente por uma camarada errática de seu movimento de extrema esquerda. Ela, porém, também chama a atenção do soldado Steven Lockjaw (Sean Penn), um supremacista branco. Do triângulo amoroso, surge uma bebê que, dezesseis anos depois, é sequestrada pelo militar e provoca uma perseguição épica pela Califórnia, amarrada por atuações exemplares de todo o elenco. Apesar de perspicaz em suas referências à polarização americana, o longa jamais é verborrágico e prioriza seu banquete visual inovador, marcado por uma perseguição automobilística inesquecível. Confira entrevista exclusiva de Paul Thomas Anderson às Páginas Amarelas de VEJA.
1° LUGAR: O AGENTE SECRETO

Marcelo (Wagner Moura) é um homem cercado por mistérios. Ao chegar em Recife, sua cidade natal, ele se instala no prédio administrado por uma idosa onde estão outros “refugiados”, nome dado aos moradores que se escondem de algo ou de alguém. A capital de Pernambuco é apenas um ponto de passagem, onde ele vai reencontrar o filho que mora com os avós para depois fugir novamente. Enquanto espera pela documentação falsa, é alocado em um trabalho numa repartição pública. Ao longo de poucos dias, durante o Carnaval de 1977, acontece de tudo um pouco: seu caminho cruza com o de policiais corruptos, mulheres interessadas em algo mais que amizade, matadores de aluguel e até com uma perna cabeluda encontrada na boca de um tubarão. Os absurdos adicionam humor e tensão à trama criada pelo diretor Kleber Mendonça Filho, que enriqueceu o roteiro e o visual do longa com memórias de sua infância no Recife durante a ditadura militar. Ao contrário dos muitos filmes nacionais sobre o período, que pesam a mão no drama ou na violência, O Agente Secreto transforma o regime num estado de espírito: quando a lei protege alguns e persegue outros, ninguém está seguro. Filme mais premiado no Festival de Cannes, com distinções para o diretor e o ator principal, a produção segue para representar o Brasil no Oscar de 2026. Confira entrevista com Kleber Mendonça Filho e também uma matéria sobre os bastidores do filme.
Acompanhe notícias e dicas culturais nos blogs a seguir:
- Tela Plana para novidades da TV e do streaming
- O Som e a Fúria sobre artistas e lançamentos musicais
- Em Cartaz traz dicas de filmes no cinema e no streaming
- Livros para notícias sobre literatura e mercado editorial
