No dia em que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus por tentativa de golpe de estado, o vice-líder da oposição na Câmara dos Deputados, Ubiratan Sanderson (PL-RS), afirmou que o requerimento de urgência para votação de uma “anistia geral, ampla e irrestrita” deve ir ao plenário do Poder Legislativo na próxima semana. Ele disse ainda que os parlamentares aliados do capitão da reserva estão otimistas que a proposta seja aprovada e encaminhada para análise do Senado também na semana que vem.
“Não é anistia fake. Anistia de mentirinha não podemos apoiar e não vamos apoiar. Por isso, na semana que vem, com plenário lotado, vamos aprovar no plenário da Câmara dos Deputados o projeto de lei da anistia para virar a página, pacificar o Brasil e fazer com que o povo brasileiro volte a acreditar nas instituições”, disse o deputado. A expectativa é de que a votação ocorra a partir de quarta-feira, 17.
A anistia passou a ser a prioridade da oposição no Congresso Nacional neste semestre. Diariamente, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), é pressionado a colocar em votação o pedido de urgência. Até o momento, Motta conseguiu contornar a situação e trabalha com pauta alinhada aos interesses do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como reforma na cobrança do Imposto de Renda.
Nas últimas semanas, no entanto, cresceu a articulação em prol da anistia que visa beneficiar o ex-presidente Bolsonaro e os presos e condenados pelos ataques de 8 de Janeiro de 2023 nas sedes dos Três Poderes, em Brasília. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participa das tratativas. Na última manifestação bolsonarista no dia 7 de Setembro, o chefe do Poder Executivo paulista disse que ninguém aguenta mais a tirania de Alexandre de Moraes, do STF. Foi a primeira vez que Tarcísio atacou publicamente a Suprema Corte, o que sempre foi cobrado por radicais da direita brasileira.