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Oposição denuncia onda de repressão na Venezuela: mais de 20 desaparecidos em 72 horas

A oposição venezuelana, liderada por María Corina Machado, denunciou nesta terça-feira, 22, uma “nova onda de repressão” do regime de Nicolás Maduro, com ao menos 20 pessoas presas ou desaparecidas em apenas 72 horas. Em comunicado divulgado na rede social X, a conta oficial do Comando Nacional disse que a justiça internacional “tem a obrigação de responsabilizar os autores”.

Desde a controversa eleição presidencial de 28 de julho de 2024, na qual o governo anunciou a reeleição de Maduro — resultado classificado como fraudulento pela Plataforma Unitária Democrática (PUD) — a repressão contra opositores se intensificou. Na época, os protestos contra o resultado deixaram ao menos 28 mortos, quase 200 feridos e cerca de 2.400 detidos em todo o país.

A denúncia de uma nova onda de prisões e desaparecimentos coincide com o anúncio de libertação de presos políticos e dez cidadãos americanos, em uma troca com El Salvador, que repatriou mais de 200 venezuelanos detidos no país. Segundo a oposição, no entanto, apenas uma mulher foi efetivamente libertada até agora. Pelo menos 90 mulheres e quatro menores de idade continuam presos por motivos políticos.

De acordo com o comunicado, ao menos 30 prisões arbitrárias foram registradas nos últimos dois meses. Familiares e pessoas próximas a opositores também estariam sendo alvo de detenções, o que reforça, segundo o texto, a estratégia da “porta giratória”, em que o regime de Maduro solta seletivamente alguns presos políticos enquanto prende outros.

“A repressão não cessa; ela apenas se redistribui. A privação de liberdade continua sendo usada como ferramenta de negociação política, dentro de uma diplomacia de reféns e punições seletivas”, diz o texto. O comunicado acusa o governo de praticar uma forma de “terrorismo de Estado”, ao transformar a prisão em mecanismo de chantagem e silenciamento de vozes dissidentes.

Diante do agravamento do cenário, a oposição reiterou o apelo à comunidade internacional. “Mais de 900 pessoas seguem presas ou desaparecidas por razões políticas, entre elas ex-aliados do chavismo, jornalistas, líderes sindicais, professores e servidores públicos”, afirma a nota. “O mundo democrático não pode continuar a tolerar as práticas sistemáticas de um regime que desrespeita todos os acordos, sem consequências.”

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