A Polícia Civil, por meio de agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Capital (DRE-CAP) e da 34ª DP (Bangu), com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), realizou, nesta quarta-feira, 17, mais uma etapa da “Operação Contenção”, nas comunidade do Catiri e da Vila Kennedy. A ação têm omo objetivo conter a expansão territorial do Comando Vermelho na Zona Oeste. Ao todo, 27 pessoas foram presas e um menor foi apreendido. Os agentes capturaram ainda um fuzil, pistola, granada, munições, drogas e um jammer. Oito veículos também foram recuperados.
As investigações demonstraram que os líderes do tráfico no Complexo da Penha, em especial Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, e seu principal aliado, Carlos Costa Neves, o “Gadernal”, vêm coordenando a atuação de células armadas, com o propósito de expandir a influência territorial da organização criminosa.
De acordo com a Polícia Civil, a expansão abrange o Catiri e áreas estratégicas de Campo Grande, tendo a Vila Kennedy como ponto de apoio logístico e operacional. A partir dessa base, foram registradas ofensivas violentas, que culminaram em homicídios e graves violações à ordem pública na região. As investigações apontaram que os criminosos utilizam violência e ameaças para consolidar o domínio dos territórios, por meio de toques de recolher, expulsão de moradores de suas residências e instalação de barricadas.
Foi identificado ainda o uso de recursos tecnológicos, com drones – empregados tanto para monitorar as tropas policiais quanto para guiar ataques contra rivais e agentes públicos. Com base em provas técnicas, a Polícia Civil obteve mandados judiciais para desarticular a célula criminosa. Até o momento, mais de 50 capturados e outros 7 criminosos neutralizados em confronto.
Denunciados em Copacabana, Botafogo e Penha
Entre julho e agosto de 2025, a 4ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro ajuizou outras duas denúncias contra membros da organização criminosa que teriam atuação nas comunidades da Ladeira dos Tabajaras, nos bairros de Copacabana e Botafogo, e da Vila Cruzeiro, na Penha.
No primeiro caso, 23 pessoas foram denunciadas pela participação no tráfico de drogas na Ladeira dos Tabajaras e pela prática de ataques contra comunidades dominadas por milícia e facções rivais, com uso de violência, grave ameaça e emprego de armas de fogo e explosivos. No segundo, 15 integrantes da organização foram denunciados pela atuação na Vila Cruzeiro, associando-se de forma estruturalmente organizada e com divisão de tarefas para praticar crimes, como o porte de armas de fogo de uso restrito e proibido, além de homicídios relacionados ao narcotráfico.