A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta, uma operação para desmontar um esquema de extorsão montado por policiais federais e um policial militar no Rio de Janeiro. Os policiais cumprem cinco mandados de busca e apreensão.
“A investigação teve início após o compartilhamento de elementos de prova encontrados fortuitamente no bojo da Operação Cash Courier – deflagrada em março deste ano – contra grupo criminoso especializado no tráfico internacional de armas de fogo e liderado por policial federal aposentado. Os dados analisados apontaram a existência desse outro grupo criminoso formado por três policiais federais e um policial militar com o objetivo de exigir pagamentos em dinheiro para que não fosse instaurado inquérito policial contra um empresário”, diz a PF.
Segundo as investigações, o grupo fez exigências reiteradas de dinheiro a um empresário. Além do pagamento mensal pelo silêncio, o grupo fraudou uma carteira funcional e um distintivo da PF para que o empresário se apresentasse como policial federal.
A ação contou com o apoia da Corregedoria da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro para o cumprimento do mandado de busca e apreensão e demais medidas cautelares impostas ao policial militar investigado. A investigação também contou com o apoio do Ministério Público Federal.
A Justiça também autorizou uma série de medidas cautelares diversas da prisão. São elas:
(i) o afastamento das funções públicas inerentes aos seus cargos, com a revogação dos acessos aos sistemas de informação e a entrega das armas pertencentes à Polícia Federal e à Polícia Militar e próprias, além das carteiras e distintivos funcionais;
(ii) a proibição de ausentar-se do Brasil e, mais especificamente, do município de residência, sem autorização do juízo, devendo entregar o seu passaporte na Secretaria do juízo no prazo de dois dias úteis ;
(iii) a proibição de contato com os outros investigados na operação;
(iv) a proibição de acesso à Superintendência Regional de Polícia Federal no Rio de Janeiro e em outras edificações da PF.
Os investigados foram indiciados pelos crimes de organização criminosa, extorsão majorada pelo concurso de pessoas, falsidade ideológica de documento público, falsificação de selo ou sinal público e violação do sigilo funcional.