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ONU exige investigação ‘justa’ do ataque de Israel que matou jornalistas em hospital de Gaza

As Nações Unidas exigiram nesta terça-feira, 26, que as investigações de Israel para apurar o duplo bombardeio ao Hospital Nasser, na Faixa de Gaza, produzam resultados e tragam “justiça”. O episódio aconteceu na segunda-feira e resultou na morte de 20 pessoas, incluindo socorristas, pacientes e cinco jornalistas.

“As autoridades israelenses já anunciaram investigações sobre tais assassinatos no passado. Ainda não vimos resultados ou medidas de responsabilização”, disse o porta-voz do escritório de direitos humanos das Nações Unidas, Thameen Al-Kheetan, a repórteres nesta terça-feira. “Pedimos responsabilização e justiça”, completou.

O Hospital Nasser era a última instalação de saúde pública em funcionamento no sul de Gaza. As forças israelenses atacaram o complexo médico duas vezes na segunda-feira: o primeiro bombardeio destruiu o quarto andar, enquanto o segundo — lançado 15 minutos depois, quando jornalistas e socorristas já haviam corrido para o local — atingiu equipes de resgate e profissionais da imprensa que acompanhavam os feridos.

Os disparos geraram forte reação internacional, com profissionais que prestavam serviços a veículos de comunicação como as agências de notícias Reuters e The Associated Press, bem como para a Al-Jazeera, emissora do Catar, entre as vítimas. Todas as três instituições emitiram declarações cobrando justiça e lamentando o ocorrido.

Mais de 200 ex-embaixadores e altos funcionários diplomáticos da União Europeia publicaram uma carta nesta terça com a exigência de medidas urgentes em relação a guerra, exortando os Estados-membros da ONU a tomarem medidas para a “proteção e aplicação do direito internacional”, incluindo suspensão de licenças de exportação de armas e interrupção de financiamento a projetos com organizações israelenses.

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Investigação de Israel: alvo era câmera do Hamas

Em resposta, o IDF, Exército israelense, abriu uma investigação interna sobre o ataque ao hospital, que teve seus resultados iniciais divulgados nesta terça. Segundo os militares, o objetivo da operação era destruir uma câmera na área do hospital, que supostamente seria usada para monitorar as atividades militares de Tel Aviv, bem como pessoas identificadas como militantes.

No entanto, a declaração não abordou questões básicas, como a necessidade de um segundo ataque e a responsabilização pela morte de civis. O chefe do Estado-Maior do Exército reconheceu várias “lacunas” na investigação até agora, incluindo o tipo de munição usada para destruir a câmera. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chamou o episódio de “acidente trágico”.

Segundo um relatório divulgado pela Ação contra a Violência Armada (AOAV, na sigla em inglês), 88% dos inquéritos israelenses sobre crimes de guerra em Gaza foram encerradas sem solução, incluindo investigações sobre a morte de 112 palestinos que esperavam por comida em centros de distribuição de ajuda humanitária em fevereiro de 2024.

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Em relação à violência contra jornalistas, pelo menos 247 profissionais morreram na região nos últimos 22 meses, de acordo com Al-Kheetan, do escritório de direitos humanos das Nações Unidas. Isso faz da guerra entre Israel e Hamas o conflito mais mortal para a categoria já registrado, superando as duas guerras mundiais.

Apesar de toda a repercussão negativa das ações militares, Israel segue firme com seus planos para ocupar a Cidade de Gaza. Nas últimas 24 horas, pelo menos 24 pessoas foram mortas na região, de acordo com o Ministério da Saúde local, administrado pelo Hamas, e milhares de palestinos fugiram da cidade, buscando escapar dos bombardeios.

Recentemente, o Hamas entregou uma proposta de cessar-fogo aos mediadores do conflito, mas Tel Aviv não respondeu. Para a mídia israelense, o governo de Benjamin Netanyahu dificilmente aceitará a proposta, uma vez que busca um acordo nos termos de Israel, que garanta a devolução dos reféns e a retirada do movimento islâmico da região.

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