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Onda de ataques israelenses mata 38 em Gaza em dia de viagem de Bibi a Washington

Aviões de guerra israelenses lançaram uma onda de ataques em Gaza no domingo 6, deixando pelo menos 38 mortos, segundo autoridades locais, num momento em que as negociações sobre um cessar-fogo no conflito Israel-Hamas ganham impulso. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu visita Washington nesta segunda-feira, 7, para uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após ele anunciar na semana passada que Tel Aviv havia aceitado uma proposta americana para uma trégua de sessenta dias.

Autoridades do hospital Nasser, na cidade de Khan Younis, no sul do país, disseram que dezoito pessoas foram mortas em ataques a Al-Mawasi, uma área próxima na costa do enclave, repleta de acampamentos improvisados de pessoas deslocadas pelo conflito.

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, oitenta pessoas foram mortas e 304 ficaram feridas em ataques israelenses nas últimas 24 horas.

Na noite de domingo, o Exército de Israel também afirmou ter atacado alvos dos hutis, rebeldes aliados do Hamas e apoiados pelo Irã, nos portos de Hodeidah, Ras Isa e Salif, bem como na usina de Ras Qantib, no Iêmen. Segundo os militares, foi uma resposta aos repetidos disparos do grupo, que vem realizando ações pontuais contra embarcações israelenses e seus aliados no Mar Vermelho.

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) não fizeram comentários específicos sobre os ataques a Gaza, mas disseram que 130 alvos foram atingidos em todo o território nas últimas 24 horas, incluindo militantes, estruturas de comando e controle do Hamas, instalações de armazenamento, armas e lançadores de foguetes.

Israel intensificou sua ofensiva em Gaza nos últimos dias, em paralelo ao avanço nas negociações sobre uma proposta de cessar-fogo patrocinada pelos Estados Unidos.

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Visita de Bibi a Trump

Ao deixar Israel com destino a Washington, Netanyahu disse na noite de domingo que está determinado a garantir o retorno dos reféns ainda em posse do Hamas, bem como “remover” a ameaça do grupo terrorista palestino, reiterando promessas que fez repetidamente ao longo do conflito de vinte meses. Ele também falou sobre oportunidades que surgiram após os doze dias de guerra aérea contra o Irã no mês passado, encerrada por uma trégua imposta pelos Estados Unidos – depois de Trump arrastar seu país para o conflito ao lançar ataques americanos diretos contra instalações nucleares iranianas.

“Nunca tivemos um amigo como este na Casa Branca. Já mudamos a cara do Oriente Médio de forma irreconhecível, e temos a oportunidade e a capacidade de mudá-la ainda mais e de possibilitar um grande futuro para o Estado de Israel, o povo de Israel e todo o Oriente Médio”, disse Bibi a repórteres no aeroporto.

Esta será a terceira visita de Netanyahu à Casa Branca desde que Trump retornou ao poder, há quase seis meses.

O líder americano disse acreditar que um acordo de cessar-fogo pode ser alcançado ainda nesta semana, o que poderia levar à libertação de “vários reféns”.

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“Acho que há uma boa chance de termos um acordo com o Hamas durante a semana”, disse Trump a repórteres antes de voar de volta para Washington após um fim de semana jogando golfe em Nova Jersey.

Acordo de cessar-fogo

A proposta, segundo documentos das negociações vistos pela emissora americana CNN, inclui a libertação de dez reféns israelenses vivos, mantidos em Gaza desde o ataque do Hamas ao sul de Israel em outubro de 2023, que desencadeou o conflito, e a devolução dos corpos de mais dezoito. Em troca, prisioneiros palestinos mantidos em prisões israelenses serão soltos.

O Hamas capturou 251 reféns durante o ataque de 2023. Acredita-se que menos da metade dos 50 que permanecem em Gaza estejam vivos.

Além disso, haveria a entrada imediata de ajuda humanitária em Gaza, e o exército israelense realizaria uma retirada gradual de partes do território, de acordo com a proposta. As negociações para um cessar-fogo permanente começariam instantaneamente e durariam pelo período de sessenta dias sem hostilidades.

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Na terça passada, Trump afirmou que Israel havia concordado “com as condições necessárias para finalizar” o pacto. O Hamas respondeu na última sexta-feira “de forma positiva”. O jornal al-Araby, do Catar, indicou que o Hamas concordou com os “pontos principais” do plano, mas pediu modificações no texto antes de dar seu aval.

No dia seguinte, porém, o governo israelense rejeitou quaisquer mudanças, e Netanyahu enfatizou no domingo que a delegação despachada ao Catar para uma nova rodada de negociações indiretas tinham “instruções claras” para chegar a um acordo, mas sem fazer concessões.

“Estamos trabalhando para alcançar o tão discutido acordo, nas condições que concordamos… Acredito que a conversa com o presidente Trump pode definitivamente ajudar a avançar o resultado que todos esperamos”, disse o líder israelense.

A guerra em Gaza foi desencadeada em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque surpresa ao sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e fazendo 251 reféns. O Hamas ainda mantém cerca de 50 em cativeiro, mas acredita-se que apenas cerca de vinte estejam vivos.

A ofensiva militar israelense em Gaza matou mais de 57 mil palestinos, deslocou quase toda a população de 2,3 milhões de pessoas e reduziu grande parte do território a escombros, provocando uma grave crise humanitária.

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