Chefe da Polícia Federal, Andrei Rodrigues enviou um ofício ao Alexandre de Moraes em que cumprimenta o magistrado por ter ordenado o reforço de vigilância sobre Jair Bolsonaro. No documento, Rodrigues apresenta três cenários ao ministro do STF, todos amparados em questões técnicas.
Dois desses cenários pioram bastante a vida de Bolsonaro. O terceiro coloca uma possível falha de segurança na conta do ministro do STF.
Rodrigues sustenta que o reforço de policiamento contra o ex-presidente, no esquema proposto a partir da posição da PGR — “destaque equipes de prontidão em tempo integral para que se efetue monitoramento em tempo real das medidas
de cautela adotadas, adotando-se o cuidado de que não sejam intrusivas da esfera domiciliar do réu, nem que sejam
perturbadoras de suas relações de vizinhança” —, não elimina o risco de uma fuga.
Bolsonaro, mesmo com tal vigilância, conseguiria driblar a Justiça, como explica Rodrigues no ofício.
Para afastar completamente esse risco, Rodrigues sugere, então, que Moraes autorize agentes da Polícia Penal Federal a praticamente morarem com Bolsonaro na casa onde ele cumpre prisão domiciliar.
A outra saída, segundo o chefe da PF, seria montar um esquema com muitos agentes para monitorar todo o fluxo de entrada e saída de veículos na casa de Bolsonaro e na vizinhança, algo caro e com amplo impacto na vida de moradores do condomínio.
A saída não dita, mas evidente, seria a prisão preventiva do ex-mandatário: “A preventiva seria a garantia de 100% de que não haveria fuga”, diz um investigador.
Pela argumentação do chefe da PF, Moraes teria uma escolha a fazer:
1 – aceita os riscos envolvidos no modelo já aprovado de reforço na vigilância de Bolsoanro e descarta as sugestões da PF;
2 – coloca agentes penais para morar com Bolsonaro e sua família na casa;
3 – manda recolher Bolsonaro numa sala especial da Superintendência da PF ou no QG do Exército, de modo a garantir a vigilância permanente sem impacto a moradores nem a necessidade de grande mobilização de pessoal.