O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou nesta segunda-feira, 29, o compromisso da autarquia com a missão de devolver a inflação para o centro da meta estipulada, que é de 3%. Atualmente, o IPCA, indicador oficial de preços do país, está acima dos 5% em 12 meses, e é o que chamou de “convergência lenta” desse resultado para a meta o que justifica a cautela em relação ao momento em que o BC poderá começar a baixar a Selic, a taxa básica de juros, atualmente em 15% ao ano.
“A meta, o comando legal que o Banco Central recebe, é o do colocar a inflação em 3%”, disse Galípolo, que falou nesta manhã do evento Macro Vision 2025, do banco Itaú. “A taxa de juros pode estar alta comparada a outros momento do passado ou a outros países, mas vamos dosar o remédio em função da nossa meta, que é 3%.”
De acordo com o economista, há sinais maiores de que a economia está desacelerando, o que pode ajudar nas tarefa de baixar os juros, mas o alto nível de incerteza e também outras pressões, como o mercado de trabalho aquecido, ainda impõem cautela. “É importante termos humildade, dado o nível de incerteza, e ainda é necessário muito esforço, seja pelas projeções do BC, pelas expectativas e pela inflação corrente fora da meta, o que demanda que permaneçamos vigilantes, serenos e persistentes”, disse. “Temos diversos indícios de que a economia ainda está resiliente, então seguiremos acompanhando esses dados e vendo como eles se acomodam para que tenhamos segurança da convergência da inflação à meta.”