A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ) criou nesta semana um observatório para acompanhar a “Operação Contenção”, nome oficial da mega-ação deflagrada na última terça, 28, nos complexos da Penha e do Alemão. O objetivo, segundo a instituição, é monitorar as investigações que embasam as incursões em comunidades com domínio territorial de facções e garantir que todos os processos corram de acordo com a lei “de maneira imparcial e sem qualquer conotação político-partidária”.
“Vamos recolher e analisar todas as evidências com isenção e compromisso institucional. (…) Já estabelecemos contato com o Governo do Rio de Janeiro, que se colocou à disposição e deverá nos receber já na próxima semana”, disseram em nota o secretário-geral e a vice-diretora de Assuntos Legislativos da OAB-RJ, Rafael Borges e Luciana Pireso, que são, respectivamente, presidente e vice-presidente novo observatório.
A operação das forças de segurança do Rio mirou a liderança do Comando Vermelho e deixou ao menos 121 mortos, incluindo quatro policiais. De acordo com a Polícia Civil do estado, até o momento, 99 corpos foram identificados –desses, 78 tinham “histórico criminal relevante”.
Foi a ação policial mais letal da história do país, ultrapassando o massacre do Carandiru, quando 111 presos foram mortos na extinta casa de detenção de mesmo nome em São Paulo, em 1992.
Na próxima segunda, 3, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes irá ao Rio de Janeiro para se reunir com o governador do estado, Cláudio Castro (PL). Os dois irão discutir se a ação cumpriu o que foi determinado no julgamento da ADPF das Favelas, em que o estado se comprometeu com um plano para reduzir a letalidade policial.