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O viralatismo kamikaze por trás do pedido de bombardeio de Flávio Bolsonaro

A política brasileira já ofereceu ao mundo inúmeras cenas insólitas, mas poucas se aproximam da façanha do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que ultrapassou uma fronteira que nem os mais desprezíveis personagens da história ousaram cruzar.

Em publicação nas redes sociais, o primogênito do ex-presidente Jair Bolsonaro sugeriu que os Estados Unidos enviem aviões militares para atacar embarcações suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas na Baía de Guanabara.

Endereçada aos militares norte-americanos que têm conduzido operações no Caribe, a frase propõe, com a pacífica naturalidade da moderação, um bombardeio em território brasileiro.

Nem o radicalismo ideológico, nem o combate ao crime justificam o delírio bélico de um ocupante de mandato eletivo que pede ações armadas contra a própria nação.

A gravidade do gesto foi bem sintetizada pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), que neste caso está repleto de razão. “Pela primeira vez na história, um senador da República, Flávio Bolsonaro, defende que uma potência estrangeira realize um ataque militar ao próprio país.”

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O quadro revela um traço distintivo da extrema-direita brasileira: a disposição para violar a soberania nacional sempre que esta se contrapõe à sua visão política. A declaração de Flávio Bolsonaro é, portanto, uma mistura de viralatismo exacerbado com vocação kamikaze irresistível – a qual, pelo visto, é de família.

A máscara da moderação (Flávio é tido como o mais moderado da família) caiu, novamente, e expôs a face terrível da ideologia que o bolsonarismo representa: não há pátria, não há Constituição, não há limite; existe apenas um projeto autoritário em busca de meios – que, se incluírem mísseis sob o céu da Baía de Guanabara, no problem.

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