Resistentes ao PL da Dosimetria – ainda apostando na anistia ampla e irrestrita como único caminho -, parlamentares ligados a Jair Bolsonaro reconhecem que uma disposição com um projeto que estabeleça redução de penas aos que participaram dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 pode surgir quando o STF concluir a análise dos recursos dos condenados da trama golpista e determinar a prisão do ex-presidente.
Nas últimas semanas, o relator Paulinho da Força tem se reunido com bancadas partidárias para coletar o sentimento em relação ao PL da Dosimetria. O PT resiste a votar qualquer iniciativa, enquanto o PL deseja uma proposta generosa. O Centrão é o único que dá suporte à medida, mas os votos não seriam suficientes, o que aumenta as chances de o texto ser colocado em banho maria, pelo menos por um tempo.
Se hoje os bolsonaristas não aceitam nada menos que uma anistia que contemple o ex-mandatário, a expectativa é que o jogo vire nos próximos meses. Essa é a leitura dos próprios aliados de Bolsonaro.
A avaliação é que a postura deles mudará quando o ex-presidente de fato for preso.
A aposta é que vai ser neste momento que cederão ao texto defendido por Paulinho para conseguir emplacar algum acordo que contemple Bolsonaro com pelo menos uma prisão domiciliar.