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O tabu que desafia a provável tentativa de Tarcísio de chegar ao Planalto

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é cada vez mais cortejado pelo Centrão e por setores da sociedade a abraçar a candidatura à Presidência da República na eleição de 2026. Com o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível e cada vez mais fora da disputa do próximo ano, Tarcísio tem se mostrado, segundo as pesquisas, um nome bastante competitivo para um eventual confronto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Tarcísio, por ora, não assume que será presidenciável e vive reforçando que será candidato à reeleição ao governo de São Paulo, tarefa que, também segundo as pesquisas, seria muito mais tranquila, com a possibilidade de ele ser até reeleito no primeiro turno.

O desafio de trocar o quase certo pelo duvidoso, no entanto, não é o único para Tarcísio.  Há um outro tabu, de cunho histórico, a ser quebrado. Desde a redemocratização do país, todos os ocupantes do Palácio dos Bandeirantes que se arriscaram a disputar a Presidência da República não obtiveram sucesso.

O primeiro a tentar nesse período foi Orestes Quércia, que governou São Paulo de 1987 a 1991 e tentou a Presidência da República em 1994 pelo PMDB — chegou em quarto lugar, com pouco mais de 4% dos votos em eleição vencida no primeiro turno pelo tucano Fernando Henrique Cardoso.

Outro tucano à época, Geraldo Alckmin tentou a sorte em 2006. Chegou ao segundo turno contra Lula — de quem é vice-presidente hoje –, mas foi derrotado, mesmo com o petista sob o fogo cerrado do escândalo do Mensalão.

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Quatro anos depois, José Serra não finalizou o mandato de governador para tentar pela segunda vez chegar ao Palácio do Planalto (havia sido derrotado por Lula em 2002, antes de governar São Paulo), mas perdeu para Dilma Rousseff no segundo turno.

Já em 2018, Alckmin voltou a fazer a sua segunda tentativa de chegar ao Planalto, mas teve o pior resultado nas urnas para um integrante do PSDB na história das disputas presidenciais — foram apenas 4,76% de votos no pleito.

Por fim, João Doria, à época no ninho tucano, deixou o governo estadual para tentar a Presidência da República, mas, apesar de ter vencido as prévias do PSDB contra Eduardo Leite, foi abandonado com o passar do tempo pelo partido, que preferiu apoiar Simone Tebet (MDB).

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Histórico desde 1889 também é ruim 

Ao analisar o histórico republicano, apenas Campos Sales e Rodrigues Alves, entre 1898 e 1906, governaram São Paulo para, na sequência, ocuparem a cadeira presidencial. Em outras regiões, Artur Bernardes (Minas Gerais), Getúlio Vargas (Rio Grande do Sul), Juscelino Kubitschek (Minas Gerais) e Fernando Collor (Alagoas) governaram seus Estados e assumiram a Presidência da República na sequência da vida política.

São Paulo também tem três ex-governadores que chegaram à Presidência da República, mas não na sequência do mandato estadual. O primeiro, Prudente de Moraes ocupou a cadeira mais importante do país entre 1894 e 1898. Ele governou São Paulo nos anos de 1889 e 1890. Depois, antes de alcançar o cargo presidencial, foi senador.

Washington Luís foi chefe do Poder Executivo federal entre 1926 e 1930. Antes, foi senador (1925-1926). Ele comandou o Estado de São Paulo no mandato que foi de 1920 a 1924. O fim político de Luís, no entanto, passou por um momento delicado. Por não respeitar a política do “café com leite” (revezamento de poder entre São Paulo e Minas Gerais), acabou deposto no final de 1930, o que culminou com o golpe de Vargas. 

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Jânio Quadros, que governou São Paulo entre 1955 a 1959, chegou a presidente da República em 1961. Entre o Estado paulista e o Palácio do Planalto, ele foi eleito deputado federal no Paraná, apesar de não ter participado das sessões. Quadros também não teve um fim que se deseja. Renunciou ao cargo presidencial meses depois de tomar posse.

A curiosidade que une Luís e Quadros é o fato de não terem nascido em São Paulo. O primeiro, fluminense de Macaé (era chamado de “Paulista de Macaé”), enquanto o segundo nasceu em Campo Grande (à época, Mato Grosso, hoje capital do Mato Grosso do Sul). 

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