Ex-ministro do governo Bolsonaro, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) se queixou com amigos da avalanche de críticas que tem recebido por não ter assinado o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O parlamentar foi um dos poucos bolsonaristas no Senado a não aderir ao movimento. Um dos ataques que mais irritaram o senador partiu do pastor Silas Malafaia, aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro. O religioso chamou o ex-ministro de “traidor”.
“Senador, você é um traidor. Essa sua conversa fiada em dizer que não assina o impeachment do ditador Alexandre de Moraes porque não vai ter voto de 52 senadores é o seu joguinho político, psicológico, para outros senadores não assinarem e você fazer graça”, escreveu o pastor em sua rede social.
Em resposta, Ciro Nogueira afirmou que nunca se envolveu em assuntos religiosos e recomendou a Malafaia que se candidate a um cargo eletivo.
“Eu não me meto na sua igreja. Se o senhor quiser ser senador e liderar um movimento político será muito bem-vindo”, rebateu o senador. “Diferentemente da sua igreja, na democracia não é a vontade de um que prevalece, mas da maioria”, provocou o parlamentar, que, depois do embate, recebeu uma avalanche de ligações e mensagens com críticas — e uns poucos elogios — por não ter assinado o requerimento.
Até sexta-feira, a oposição tinha conseguido reunir 41 assinaturas de senadores ao requerimento que pede a abertura do processo de impeachment contra o ministro do STF.
O número seria suficiente para aprovar a abertura formal do processo em plenário, mas o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), já afirmou que não pautará o impedimento de Moraes — nem se todos os 81 integrantes da Casa assinassem o requerimento, segundo ele.
A bancada bolsonarista reagiu. “Então serão dois impeachments”, disse o deputado Nicolas Ferreira (PL-MG), um dos líderes do motim parlamentar que paralisou os trabalhos do Congresso na última quarta-feira.
