Em um profundo e detalhado testemunho publicado no The New York Times, a escritora britânica Ros Barber conta como uma experiência sexual inusitada transformou sua vida. Menos de dois anos após deixar um casamento infeliz, Barber decidiu investir parte de sua indenização de divórcio em uma busca incomum pelo prazer: um curso de sexo tântrico em um retiro isolado na Costa Rica.
A escolha do companheiro, no entanto, foi estratégica e deliberadamente não romântica: Paul, um “amigo com benefícios” com quem mantinha um acordo baseado em liberdade e zero compromisso. Ambos carregavam o peso de relacionamentos recentes fracassados – ela, com o coração partido por um homem que escondia um noivado iminente; ele, preso a um compromisso do qual não conseguia se desvencilhar. A meta era puramente técnica: aprimorar a prática sexual, longe das armadilhas da emoção.
A fachada de desapego, no entanto, desintegrou-se rapidamente diante da realidade do retiro, que se revelou ser um enclave para casais em busca de reconexão. O primeiro exercício – um simples mas intenso contato visual de cinco minutos – funcionou como um detonador emocional, expondo feridas mal cicatrizadas e um mergulho na intimidade. O ápice da crise ocorreu durante uma caminhada na praia, quando um desabafo de arrependimento por tê-lo envolvido naquela situação desencadeou, contra todas as expectativas, uma declaração de amor. O que se seguiu foi uma noite de conversas vulneráveis e lágrimas, que dissolveu o pacto inicial de frieza. A busca pelo “melhor sexo” tornou-se ponto de partida para o o relacionamento entre Dos e Paul, um matrimônio que hoje já dura vinte e cinco anos.