O Prisma Fiscal de outubro, divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE), traz um recado claro para o Ministério da Fazenda: não há confiança na trajetória fiscal. Apesar de reduzir levemente as previsões de déficit primário do governo central, analistas e instituições financeiras divergem sobre o futuro das contas públicas. Ou seja, não há consenso sobre o que vai acontecer.
A mediana das estimativas de déficit para este ano passou de 69,99 bilhões de reais negativos para 67,57 bilhões de reais negativos. Para 2026, o déficit projetado caiu de 81,83 bilhões de reais para 80,49 bilhões de reais.
Mas o desvio padrão chega a 21,19 bilhões de reais em 2025 e 36,74 bilhões de reais em 2026. As estimativas mais pessimistas apontam para déficits de até 113 bilhões de reais em 2025 e 179 bilhões de reais no ano seguinte, enquanto as mais otimistas já projetam equilíbrio ou leve superávit. A pesquisa coleta mensalmente as principais estatísticas fiscais: receitas, despesas e resultado primário do governo.
O resultado melhorou mas ainda continua distante da meta de déficit zero estabelecida pela equipe do ministro Fernando Haddad para 2025.
Além do resultado primário, o Prisma também mede o resultado nominal, que inclui os juros da dívida ,e a dívida bruta do governo geral. O resultado nominal deve ficar negativo em 938 bilhões de reais em 2025. Já a dívida bruta deve subir de 79,6% do PIB em 2025 para 83,7% em 2026.
