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O recado de Valdemar a Bolsonaro ao admitir que houve planejamento de golpe

Em evento no interior de São Paulo, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, fez uma declaração que repercutiu intensamente em Brasília. O dirigente admitiu que houve um planejamento de golpe, mas negou a configuração de crime. “Houve um planejamento de golpe, mas nunca teve o golpe efetivamente. No Brasil, a lei diz: se você planejar um assassinato, mas não tentar, não é crime. O golpe não foi crime”, disse.

Valdemar também criticou o enquadramento feito pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os atos do 8 de janeiro. “O grande problema nosso é que teve aquela bagunça no 8 de janeiro e o Supremo diz que aquilo foi golpe. Camarada com pedaço de pau, um bando de pé de chinelo quebrando lá na frente. Eles classificam que aquilo é golpe”, afirmou.

A fala foi recebida com constrangimento por lideranças políticas presentes, como o presidente do PSD, Gilberto Kassab, que reagiu com expressões de surpresa.

Em análise no programa Ponto de Vista, de VEJA, o colunista de Radar, Robson Bonin, avaliou que a fala ilustra o estilo errático de Valdemar. “Ele dá umas escorregadas. Não sei se é de propósito, porque já fez isso tantas vezes”, disse. Segundo Bonin, apesar da retórica, o presidente do PL deixou claro que, para ele, o capítulo do golpe está superado: Bolsonaro foi condenado, a decisão do Supremo será cumprida, e resta ao partido reorganizar-se politicamente sem o ex-presidente como candidato.

O dilema interno no PL

Bonin destacou que a legenda vive um dilema interno entre dois PLs: o “valdemarista”, pragmático e fisiológico, disposto a negociar com qualquer governo; e o “bolsonarista”, barulhento, que aposta em ataques ao STF e na pauta da anistia. “O que o PL quer agora é continuar com a popularidade de Bolsonaro, mas marchar para uma campanha eleitoral sem todo o encargo da família e do barulho em torno dele”, explicou o colunista.

A fala de Valdemar, ainda que controversa, expõe a estratégia de gradual distanciamento do partido em relação à ‘radioatividade’ do bolsonarismo radical, mantendo o capital eleitoral de Bolsonaro, mas preparando o terreno para novas alternativas à direita em 2026.

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