Descrevendo-se como grande admirador dos Estados Unidos, Alexandre de Moraes avaliou, em entrevista ao matutino Washington Post, que a atual tensão diplomática com o Brasil é apenas “temporária” e motivada por um momento político e a desinformação.
Vítima da Lei Magnitsky e testemunhando o tarifaço de Donald Trump contra setores da economia brasileira, o ministro do Supremo Tribunal Federal colocou a culpa nas mentiras de Eduardo Bolsonaro sobre a democracia brasileira.
“Essas narrativas falsas acabaram envenenando a relação, narrativas falsas apoiadas por desinformação espalhada por essas pessoas nas redes sociais”, afirmou o magistrado para depois completar: “O que precisamos fazer, e o que o Brasil está fazendo, é esclarecer as coisas”.
Moraes lembrou a tradição golpista brasileira para tentar explicar ao público norte-americano do jornal a importância do caso da da trama golpista, presidido por ele no STF, e também dos muitos processos sobre o 8 de Janeiro, “o nosso capitólio”.
“Entendo que, para uma cultura americana, seja mais difícil compreender a fragilidade da democracia porque nunca houve um golpe lá. Mas o Brasil teve anos de ditadura sob o [Getúlio] Vargas, outros 20 anos de ditadura militar e inúmeras tentativas de golpe. Quando você é muito mais atacado por uma doença, forma anticorpos mais fortes e busca uma vacina preventiva”, disse.
“Não existe a menor possibilidade de recuar nem um milímetro. Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as provas, e quem tiver que ser condenado, será condenado; quem tiver que ser absolvido, será absolvido”, completou.
O recado é muito claro. E está dado!