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O que revela o ‘livro de aniversário’ de Jeffrey Epstein, divulgado pelo Congresso dos EUA

Um comitê do Congresso dos Estados Unidos tornou público na segunda-feira 8 um dos documentos mais aguardados da chamada “caixa-preta” de Jeffrey Epstein: o “livro de aniversário” que amigos e aliados enviaram ao financista em 2003, quando ele completou 50 anos. O financista foi julgado e condenado, antes de se suicidar na cadeia, por orquestrar um esquema de exploração sexual de garotas, muitas delas menores de idade, às quais teria colocado à disposição de um chegado círculo de ricaços.

O material, de 238 páginas, reúne recados de cerca de 40 pessoas, incluindo figuras públicas, políticos, celebridades e até membros da realeza. O destaque, entretanto, é um bilhete atribuído a Donald Trump, acompanhado de um esboço do corpo de uma mulher nua e da frase: “Um amigo é algo maravilhoso. Feliz aniversário – e que cada dia seja outro segredo maravilhoso.”

A Casa Branca negou que o presidente tenha escrito a mensagem, alegando que a assinatura não corresponde à dele. Trump, que foi próximo de Epstein nos anos 1990 e 2000, não comentou o caso.

Além do livro, foram liberados o testamento de Epstein, trechos de suas agendas de contatos e um acordo de não persecução assinado pelo empresário.

Outros nomes citados no material chamam atenção: o ex-presidente Bill Clinton, que descreve Epstein como alguém de “uma curiosidade típica de crianças”, e o embaixador britânico nos EUA, o lorde Peter Mandelson, que chamou o financista de “melhor amigo”. Os nomes da seção “namoradas” e de familiares foram suprimidos na versão publicada.

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Epstein foi preso em 2019, após anos de acusações por comandar uma rede de tráfico sexual de menores. Ele morreu meses depois, na prisão, em um caso classificado como suicídio, antes de ouvir a pena. Sua ex-namorada e cúmplice, Ghislaine Maxwell, foi considerada culpada em 2021 por participar do esquema.

A divulgação de arquivos como o livro de aniversário e fotos reacenderam pressões por transparência. Grande parte da base trumpista cobra que todos os documentos do inquérito sejam revelados para expor a verdade sobre as relações de poder em torno de Epstein, depois de Trump passar anos alimentando a conspiração de que membros do Partido Democrata estariam implicados nos horrendos atos criminosos. Ele chegou a prometer transparência durante a campanha presidencial de 2024, mas recuou em julho, dizendo que o caso estava encerrado, o que irritou apoiadores e alimentou teorias conspiratórias. Agora, seus eleitores desconfiam de que seu nome esteja no que chamam de “lista de Epstein”.

Democratas pegaram carona na onda que marca a primeira fissura entre a base MAGA — sigla que, em inglês, significa “Faça a América Grande Novamente” — e seu líder, pedindo que todos os documentos ligados ao caso sejam liberados de forma integral. “As sobreviventes merecem justiça, e o povo americano merece a verdade”, afirmou a deputada Jasmine Crockett, democrata do Texas. Os aliados de Trump no Capitólio, por sua vez, acusaram o Partido Democrata de fazer uso político de um caso sensível para tentar desgastar o presidente.

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