A resposta para a pergunta do título tem relação direta com o grau de envolvimento que cada pessoa tem com as ferramentas de inteligência artificial no dia a dia. Quem recorre ao ChatGPT para pedir uma receita, organizar uma viagem e outras tarefas simples provavelmente está bem coberto pelas versões anteriores. Porém, para quem lida com o modelo mais do que casualmente, as mudanças prometem ser mais significativas.
A nova versão chega com a promessa de ser um assistente com “nível de doutorado”, definição feita por Sam Altman, CEO da empresa que trouxe o ChatGPT ao mundo, a OpenAI.
O que tem de novo no ChatGPT-5?
Menos “alucinações”: Vários relatos de profissionais que passaram vergonha por não revisar o trabalho das IAs mostram a importância de aprimoramento no conteúdo criado por elas. Já houve advogados que entregaram documentos com nomes de juízes que nunca existiram e processos com numeração falsa tipo 12345-6. Segundo a OpenAI as alucinações, nome dado a essas invenções das IAs, serão 45% menores no GPT-5.
Mais flexibilidade e poder: A capacidade de escolher entre diferentes “personalidades” (cínico, robô, ouvinte, nerd) personaliza a experiência, permitindo que a IA se adapte ao seu objetivo. Além disso, a multimodality — a capacidade de entender e responder a texto, imagem, áudio e vídeo — torna as conversas mais intuitivas e completas.
Integrações que transformam o trabalho: A conexão direta com o Gmail e Google Calendar permite que o ChatGPT-5 se integre ao seu fluxo de trabalho, auxiliando na organização de e-mails ou na agenda.
Quais são os pontos de atenção?
Saúde e responsabilidade: Já falamos aqui na coluna sobre a capacidade espetacular que as IAs têm no segmento de saúde. O GPT-5 chega com a promessa de fornecer respostas precisas sobre questões médicas, o que é excelente. Só não vale as pessoas esquecerem que IA não é profissional de saúde.
Questão de privacidade: Eu quero integrar o GPT-5 com meu e-mail? Sim. Mas vou ficar encanado com esse acesso e a privacidade dos dados. Então decidi esperar outras pessoas usarem e, se não der treta com ninguém, faço o meu próprio teste.
Precisamos falar sobre educação: O “Modo Estudo” pode oferecer respostas prontas, o que, se usado sem critério, pode inibir o pensamento crítico, habilidade cada vez mais valorizada nos dias de hoje, inclusive com explosão na procura por cursos sobre o tema. A IA deve ser uma ferramenta para o aprendizado, não um atalho para a ignorância.
Acho muito curioso como a gente vai se empolgando com algumas coisas. A curiosidade das pessoas sobre as novas versões do ChatGPT me fez lembrar do entusiasmo quando saem novos iPhones. Não é uma crítica, não. Apenas uma constatação de como a tecnologia vai cada vez mais se incrustando no tecido social. Isso ajuda a entender, por exemplo, o fato de o ChatGPT ter entrado neste ano no ranking das marcas mais valiosas do mundo, avaliado em US$ 43,5 bilhões.
