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O que há de especial no quadro de Gustav Klimt que bateu 1 bilhão de reais em leilão

A pintura Retrato de Elisabeth Lederer, do austríaco Gustav Klimt (1862-1918), se tornou a segunda obra de arte mais cara do mundo a ser vendida em um leilão, atingindo o impressionante valor de 236,4 milhões de dólares (mais de 1 bilhão de reais). A obra foi pintada entre 1914 e 1916 e mostra Elisabeth Lederer aos 20 anos, usando um traje tipicamente chinês. A jovem era filha dos mecenas de Klimt e tinha uma relação quase paternal com o artista, segundo historiadores. O valor de venda fica atrás apenas de Salvator Mundi, obra de Leonardo da Vinci vendida por 450 milhões de dólares. Sendo assim, esse é o retrato mais lucrativo da história da arte até agora — batendo o quadro de Marilyn Monroe feito por Andy Warhol, de 1964, adquirido por 195 milhões de dólares em 2022. 

Retrato de Elisabeth Lederer, pintura de Gustav Klimt
Retrato de Elisabeth Lederer, pintura de Gustav KlimtSotherby’s/Reprodução

O valor exorbitante é o maior dentre as obras de Klimt. Antes, esse posto era ocupado pela obra A Dama com um Leque, pintada em 1917, último ano de vida do pintor, e vendida por 108 milhões de dólares em 2023.

A venda de Retrato de Elisabeth Lederer simboliza uma das poucas vezes em que a obra é colocada para fora da residência de Leonard A. Lauder, herdeiro da famosa cosmetologista Estée Lauder, que adquiriu o quadro para sua coleção pessoal em 1985. Logo, a obra ganhou um caráter de mistério e raridade por ter sido vista por poucas pessoas ao longo de sua existência. A pintura ficava principalmente na casa de Lauder, em Nova York, na Quinta Avenida, e foi emprestada para ser exposta algumas vezes em museus como o Museu de Arte Moderna (MoMA), a Neue Galerie e a Galeria Nacional do Canadá. Com a morte de Lauder em junho deste ano, a obra foi a leilão.

O Retrato de Elisabeth Lederer, contudo, carrega uma história dramática. A jovem era parte de uma abastada família judia que possuia esse e muitos outros quadros de Klimt, os quais foram roubados por nazistas com a anexação da Áustria em 1938. Elisabeth, aliás, conseguiu sobreviver ao Holocausto ao dizer que, na verdade, Klimt, que não era judeu, seria seu verdadeiro pai — mentira endossada por sua mãe. Ela então continuou a viver em Viena, mas morreu de uma grave doença em 1944, um ano antes do fim da II Guerra Mundial. 

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O pintor austríaco Gustav Klimt
O pintor austríaco Gustav KlimtWikimedia Commons/Reprodução

Gustav Klimt nasceu em Viena, na Áustria, em 1862, e era um pintor do movimento simbolista. Em contrapartida ao crescimento da indústria e desenvolvimento do capitalismo no século XIX, a arte simbolista visava recuperar valores mais abstratos, como o misticismo e a imaginação, rejeitando o realismo e a objetividade. Seu quadro mais famoso é O Beijo. 

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