A Microsoft superou a marca de US$ 4 trilhões em valor de mercado, tornando-se a segunda corporação de capital aberto a alcançar tal patamar, atrás apenas da fabricante de chips Nvidia. No ano, as ações da companhia já valorizaram mais de 26%. Os papéis saltaram mais de 8% no pré-mercado desta quinta-feira, 31, e, por volta de 16h, se acomodava em 4%.
A façanha não veio por acaso. Em seu ano fiscal encerrado em junho de 2025, a Microsoft reportou receita de US$ 76,4 bilhões no trimestre final, um crescimento anual de 18%, com lucro líquido de US$ 27,2 bilhões, alta de 24%. O desempenho é ainda mais notável no coração da operação: o Azure, serviço de computação em nuvem da companhia, saltou 34% no acumulado do ano e 39% apenas no último trimestre, bem acima das projeções dos analistas de Wall Street. O segmento, que movimentou US$ 75 bilhões em doze meses, transformou-se na força gravitacional do ecossistema Microsoft.
A companhia comandada por Satya Nadella, há mais de uma década, apostou na nuvem antes que ela se tornasse moda, reposicionou o Office como serviço recorrente, reabilitou o Bing com IA generativa, e selou uma parceria de bilhões com a OpenAI, que colocou o Copilot, seu assistente baseado em grandes modelos de linguagem, no centro de sua suíte de produtividade. Hoje, mais de 100 milhões de pessoas usam mensalmente o Copilot em algum de seus produtos.
Não à toa, a empresa planeja investir mais de US$ 30 bilhões em capex já no primeiro trimestre do novo ano fiscal. Boa parte desses recursos será direcionada para a expansão de data centers e infraestrutura de IA, respondendo à explosão de demanda por serviços de nuvem e treinamento de modelos de linguagem. Nas palavras de Nadella, “a nuvem e a IA são a força motriz da transformação empresarial em todos os setores e indústrias”.
Enquanto a Microsoft e a Nvidia colhem os frutos da inteligência artificial, a outrora imbatível Apple vê sua liderança minguar. A fabricante do iPhone, hoje avaliada em cerca de US$ 3,2 trilhões, já foi a empresa mais valiosa do mundo. Mas suas ações caíram 17% no acumulado de 2025, refletindo o ceticismo do mercado sobre sua estratégia de IA, ou, mais precisamente, a ausência de uma estratégia clara até agora. Os investidores aguardam os resultados trimestrais da Apple, que serão divulgados ainda nesta semana, com o olhar atento a qualquer pista de recuperação.