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O que explica o sucesso de Lino Villaventura na moda há 50 anos?

Quando um estilista completa cinco décadas de moda, há algo de rito, de passagem, de memória entrelaçada ao fio. Na noite do desfile de Lino Villaventura, esses 50 anos pareciam irradiar nos arcos estruturados dos vestidos, nas curvas esculturais que a moulage do estilista habilmente molda, no tecido que não apenas cobre o corpo, mas ergue–se como forma e poesia.

“Minha história na moda começou por meio de um colete feito com muito amor e para uma pessoa que até hoje está comigo, mas como minha sócia”, contou Lino, lembrando o início da parceria com Inez Villaventura. E foi justamente revisitando esse passado, em amor e memória, que ele encerrou a temporada de comemorações dos 30 anos do São Paulo Fashion Week, com uma coleção que olha para trás, mas é puro sonho pelo amanhã.

Ao lado do parceiro de longa data, Régis Vieira, Lino trouxe roupas de construções perfeitas, ora sensuais, ora volumosas, que equilibram a leveza do gesto e o peso da história. Entre os destaques, a releitura do colete criado em 1975 para Inez — a peça que deu origem à marca — e um casaco exportado para o Japão nos anos 1980, agora remodelado em novas texturas e formas. “É um desfile de celebração mesmo, e por isso, tem que ter o glamour. Você já imagina essas mulheres descendo uma escadaria, com muitas histórias para contar”, disse Lino a VEJA.

As modelos desfilaram como personagens de uma narrativa viva. Vestidos dramáticos revelaram a maestria do criador nas técnicas de moulage e de construção, em volumes que pareciam respirar com o corpo. Estruturas de arame, colagens de tecidos e bordados de linhas, pedras e cristais criaram uma sequência de aparições que traduziram emoção em forma de roupa.

Pioneiro no reaproveitamento de materiais, Lino seguiu fiel ao fazer uma moda consciente e com propósito. “Nesta temporada, usamos materiais de diferentes décadas do nosso acervo.” As peças trouxeram, portanto, não só camadas de tecido, mas também de tempo e memórias transformados em novas possibilidades.

A coleção ecoa a exposição “Lino Villaventura pelas lentes de diversos fotógrafos renomados”, realizada no Museu da Fotografia Fortaleza. Lá, 23 looks icônicos do estilista foram exibidos ao lado de imagens de nomes como Bob Wolfenson e Debby Gram, numa homenagem à sua trajetória e ao olhar artístico que o acompanha desde sempre. E essa história de amor, moda e arte, agora revisitada, ganhou ainda mais força quando apresentada na passarela.

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O desfile terminou com Vivi Orth em um vestido pêssego de aura cinematográfica — digno de tapete vermelho e de um encerramento comovente da semana que celebra os 30 anos do SPFW, evento do qual é presença desde a primeira edição. A plateia, é claro, aplaudiu de pé.

Porque Lino Villaventura não faz apenas moda, ele costura memórias. Em cada dobra, uma lembrança. Em cada fio, um gesto de afeto. Em cada tecido, um suspiro do passado; mas em cada movimento, a promessa de continuidade. Meio século depois, ele ainda borda emoção à mão, e a cada desfile, reafirma a arte nascida do amor – o único tecido que o tempo jamais desfia ou desgasta.

Lino Villaventura verão 2026
Lino Villaventura verão 2026Ze Takahashi / @agfotosite/Divulgação
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Lino Villaventura verão 2026
Lino Villaventura verão 2026Adriano Damas/Divulgação

 

Lino Villaventura verão 2026
Lino Villaventura verão 2026Ze Takahashi / @agfotosite/Divulgação

 

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Lino Villaventura verão 2026Adriano Damas/Divulgação

 

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Lino Villaventura verão 2026Ze Takahashi / @agfotosite/Divulgação
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Lino Villaventura verão 2026
Lino Villaventura verão 2026Adriano Damas/Divulgação

 

Lino Villaventura
Lino VillaventuraAdriano Damas/Divulgação

 

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