O retorno de Aguinaldo Silva, 82 anos, aos folhetins da TV Globo já se tornou um dos eventos mais esperados do ano. Autor de grandes sucessos, como Vale Tudo (1988) e Senhora do Destino (2004), Aguinaldo volta após sete anos afastado das novelas brasileiras. Prepara Três Graças, com previsão de estreia para 20 de outubro. Mas o então sumiço do dramaturgo da televisão desde O Sétimo Guardião (2018) não é caso isolado – outros grandes escritores bons de audiência estão longe das produções há anos. Alguns sequer têm previsão de futuras obras.
Nessa extensa lista entra Manoel Carlos, 92, fora do radar desde 2014, quando escreveu Em Família. Diagnosticado com Parkinson em 2019, o autor se mantém longe dos holofotes e foca no tratamento de sua saúde. Em janeiro, a família de Manoel comunicou que ele tinha tido uma piora e que estava sob cuidados médicos.
Lauro César Muniz, 87, é outro que optou por se afastar dos folhetins de vez – no ar pela última vez com Máscaras (2012), ele afirma estar ‘velho’ para continuar no ofício: “Já estava com 80 anos e pensei: ‘Eu não posso mais escrever novela’. Porque novela é um ano na vida de um autor. A gente começa muito cedo, vai escrevendo devagar no início, depois acompanha o desenrolar da novela e, quando chega no final, é cansativo”. Em recente entrevista ao programa semanal da coluna GENTE (disponível no canal da VEJA no Youtube, no streaming VEJA+, na TV Samsung Plus e também na versão podcast no Spotify), ele matou a saudade do público ao conversar sobre os bastidores de suas clássicas produções.
Benedito Ruy Barbosa, 94, teve sua última novela, Velho Chico, exibida em 2016. Posteriormente, tentou emplacar O Último Beijo em 2018, mas teve o projeto negado pela emissora. Em junho, o escritor foi internado para tratar de uma piora no quadro de insuficiência renal crônica e hoje faz raras aparições em público. Seu neto, Bruno Luperi, é quem tem adaptado os remakes de suas produções. Foi assim com Pantanal e Renascer.
Maria Adelaide Amaral, 83, conhecida por obras como Anjo Mau (1997) e Ti Ti Ti (2010), fechou um longo ciclo em 2016, quando levou ao ar A Lei do Amor. No entanto, a autora só deixou a emissora em 2022. “É um alívio, a essa altura do campeonato, não precisar mais escrever novela. Não tenho mais fôlego para isso, nem com 50 colaboradores. Porque, no fim, você é responsável pela escaleta e pela redação final. É um trabalho do cão”, desabafou em uma entrevista.