counter O que está por trás do “pouco caso” do União Brasil com sucessão nos Correios – Forsething

O que está por trás do “pouco caso” do União Brasil com sucessão nos Correios

No passado, quando as emendas parlamentares ainda não ditavam as relações na política, os altos cargos  da máquina pública tinham valor estratégico para o presidente de turno, que os utilizava para conquistar apoio no Congresso. Hoje, empoderados pelos altíssimos valores do Orçamento que podem enviar a seus redutos eleitorais, deputados e senadores dão mostras de que os postos de comando em estatais não possuem mais o mesmo apelo de antes. O caso dos Correios é exemplar.

A estatal era presidida até recentemente por Fabiano Silva. O advogado pediu demissão, segundo pessoas próximas a ele, porque estaria sendo pressionado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), a promover mudanças de gestão com as quais ele não concordava.

Os Correios registraram um prejuízo de 1,7 bilhão de reais apenas no primeiro trimestre deste ano. Além disso, o Planalto queria o cargo para entregá-lo ao União Brasil — uma forma de atrair uma parcela do partido para a coalizão governista.

O posto foi disponibilizado ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para que ele indicasse algum correligionário para ocupá-lo. Porém, ninguém se apresentou até o momento para assumir a função — e por mero desinteresse.

Alguns políticos consultados relataram que, apesar da projeção que o cargo permite, assumir hoje uma estatal endividada e cheia de problemas como os Correios rende mais ônus do que bônus político.

Continua após a publicidade

O União Brasil, porém, não quer perder a oportunidade. Alcolumbre transferiu para a cúpula do partido a tarefa de encontrar um nome que aceite assumir o cargo.

O “problema” chega no meio de um embate. Uma ala importante do União Brasil defende que o partido entregue imediatamente os cargos que já ocupa no governo — os ministérios Turismo, Comunicações e Integração — e assuma uma posição de independência em relação ao Planalto de agora em diante.

De olho nas eleições do ano que vem, o União Brasil formou uma federação com o PP, partido que integrou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com isso, as duas legendas terão juntas uma bancada de 123 parlamentares.

O projeto político do partido não descarta a possibilidade de uma candidatura própria para a disputa presidencial do ano que vem. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, inclusive, já está em plena campanha.

Publicidade

About admin