Seria imensurável estimar a bondade que esse homem, Oscar Shindler, fez à humanidade. Não mediu lado, ideologia, riscos, o importante para ele era salvar pessoas.
Hoje vamos refletir sobre saúde mental, condição que vive a pior crise que já presenciei ao longo da minha vida – e grita por ajuda.
Faz parte da vida passarmos por situações de estresse, conflitos de opiniões, momentos desafiadores ou até ameaçadores. Justamente por isso, temos que saber cuidar do equilíbrio emocional e monitorar quando extrapolamos com reações impulsivas como o ódio descabido.
Não adianta cuidar só do físico. Povos, não só judeus, como também chineses, vietnamitas e africanos já sofreram e sofrem enorme intolerância seja por cor, raça, credo ou ideologias.
Guerras, escravidão, massacres, chacinas ocorreram por séculos, mas hoje vemos o ódio se perpetuar dentro das casas, redes sociais, países e, na maior parte das vezes por simples divergências de opiniões. Crianças e adolescentes se suicidando, depressão, agressões, o desprezo pela vida alheia. Ainvasão desses territórios antes proibitivos, se tornou normal.
No filme, um heroico empresário alemão tenta fazer uma lista de operários judeus com o maior número de pessoas, objetivando salvá-los da morte. Eram tempos sombrios, onde o fanatismo embriagou um dos povos mais inteligentes da época e os convenceu que matar, dominar e prender era o ideal.
Hoje, parece que a disseminação das notícias pela web, tornou esse recurso que bombardeia mentes uma trincheira de lama. Toda divergência deve ser respeitosa e de alguma forma estamos sendo levados a uma raiva intensa que pode comprometer a nossa sobrevivência.
Pessoas que se julgam normais, de família, parecem que vivem um enredo da era nazista, quando desejar a morte de alguém ou ficar feliz com prisões eram assuntos a serem comemorados com um bom vinho à mesa de jantar.
O que estamos nos tornando? Que mensagem estamos transmitindo às novas gerações? Povos que já foram massacrados, massacrando os que nem tem como se defender. Atiradores matando pais de família pelo simples fato de discordar de suas falas.
Sentimentos de aversão emergindo de frustações e fazendo alvos. O ponto de convergência dessas atitudes é sempre o ódio.
No campo universitário, onde a concentração deveria ser no estudo, comemora-se e deseja-se a morte de quem discorda da rebeldia. Estamos perdendo o controle de gerir as nossas próprias emoções, além da capacidade de reconhecermos que estamos errados. Batalhões de pessoas estão indo às ruas destruir monumentos, queimar líderesdito corruptos e tudo isso é visto por muitos como a atitude correta, necessária.
Quem desconhece a história está fadada a repeti-la. Quando não se alimenta nosso cérebro com bom senso e informações corretas, também abalamos a convivência social.
Soldados alemães eram bem alimentados, preparados fisicamente, usavam belos uniformes assinados pelo famoso Hugo Boss, mas de forma imperceptível foram deteriorados e doutrinados em seus pensamentos.
O que realmente está acontecendo com todos? Onde esconderam a tolerância, o amor, o saber, o conhecer, o aceitar, o entender?
Em uma cena clássica dessa superprodução, o comandante do campo de concentração atira em um judeu com seu fuzil de mira telescópica apenas por divergir da sua ideologia. Fumaça com corpos queimando são vistasao fundo e prisioneiros lotam os galpões.
Em outra, Oscar toma café e lê jornais pela manhã. Se pudéssemos levar o exemplar desta nossa semana para 1944, ele nem notaria que as manchetes não eram do seu tempo. Bastaria traduzir.