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O presente dos governadores de centro e de direita a Lula

Há um mês, Lula vivia seu pior momento no Planalto. Derrotado pelo Congresso na discussão do IOF, o petista pedia socorro ao STF para não acabar desmoralizado pela falta de apoio parlamentar ao governo.

Impopular, sem discurso e sem grandes feitos a apresentar ao país, o petista, acuado pelo escândalo de corrupção no INSS, se segurava no velho falatório do “nós contra eles”, parecendo reconhecer o próprio fracasso ao culpar as elites pelo insucesso do governo.

Nem de longe o Lula do início de julho de 2025 se parecia com o Lula de 2023, que surfava uma onda de união nacional e defesa da democracia, após os ataques golpistas que destruíram o Congresso, o Planalto e o Supremo.

Lula é um político de sorte porque tem opositores que estão sempre prontos a ajudá-lo a sair das cordas. Foi assim em 2023, quando o governo ganhou o discurso de defesa da democracia e é assim agora, com o discurso de defesa da soberania nacional diante do tarifaço dos Estados Unidos anunciado em nome da família Bolsonaro pelo presidente Donald Trump.

Fazendo-se de refém do clã Bolsonaro, partidos de centro e de direita, parlamentares e governadores, renunciam ao papel de discutir os rumos do país em nome da tentativa de livrar o capitão e seus aliados mais próximos da prisão. Presente maior para Lula não há.

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Bolsonaro está preso, o país continua sem rumo e agora com consideráveis desafios a transpor por causa do tarifaço. Era de se esperar que os governadores de estados importantes da República surgissem para qualificar o debate nacional, apontar caminhos para o fim da crise e apresentar alternativas ao governo petista, que gasta muito, gasta mal e contrata uma bomba fiscal para os próximos anos no país.

Não foi o que se viu nesta terça, quando praticamente todos os mandatários tidos como potenciais candidatos ao Planalto — Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado, Ratinho Júnior e Romeu Zema — abraçaram a narrativa bolsonarista de perseguição ao ex-presidente, ignorando os efeitos do tarifaço nos estados que comandam e mostrando que a oposição hoje não não está focada no país, mas sim na agenda de Bolsonaro.

Sem opositores a rivalizar com Lula, o presidente recuperou apoio político, engajamento nas redes e popularidade ao liderar sozinho a reação brasileira aos prejuízos econômicos causados pelo tarifaço de Trump em nome dos Bolsonaro.

Os governadores acreditam que abandonando a agenda nacional agora para defender Bolsonaro conseguirão colher, no futuro, dividendos eleitorais na campanha, tendo o apoio do ex-mandatário, ainda que na prisão. É uma aposta arriscada.

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