Mesmo que Jair Bolsonaro tenha mapeado três países para eventuais fugas – incluindo a Argentina de Javier Milei – o ex-presidente hoje não tem passaporte, usa tornozeleira eletrônica e está em prisão domiciliar.
Por mais que os crimes cometidos por ele sejam gravíssimos, numa clara liderança da tentativa de ruptura institucional e abolição do estado democrático de direito, as medidas cautelares em curso são capazes de evitar uma eventual fuga.
Daí é que entra uma discussão polêmica. É realmente necessário monitorar em tempo real o endereço de Bolsonaro. E, se sim, colocar agentes dentro da casa do ex-presidente como pede a Polícia Federal? Ou há um exagero e erro de avaliação estratégica da polícia e, no caso, da justiça.
Melhor: se há o risco de fuga iminente – o que não me parece nesse caso mesmo com a descoberta de planos que não foram levados a termo – melhor mandar prender preventivamente e pronto.
Tirá-lo da prisão domiciliar e jogar na superintendência da Polícia Federal em Brasília. O julgamento está às portas e a chance de uma
absolvição é quase nula. Com as provas em série analisadas pela coluna, é mínima a chance de absolvição.
Por mais que a situação de saúde do líder da extrema direita seja delicada, a justiça e a PF podem organizar um centro médico dentro da superintendência para atende-lo e, em um caso grave, levá-lo para o Hospital das Forças Armadas.
Qualquer exagero pode ser usado como narrativa para mais um capítulo do vitimismo bolsonarista enquanto até as pesquisas mostram que a maioria da população vê a gravidade do que aconteceu no fim do governo Bolsonaro e no 8 de janeiro. Isso porque havia, mais uma vez, o envolvimento de integrantes da alta cúpula militar na tentativa de golpe.
É hora de ter coragem de tomar medidas fortes, e não buscar um meio termo que mais atrapalha do que ajuda.