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O poder da gratidão para acalmar o cérebro: lições da neurociência

Na semana do Thanksgiving nos Estados Unidos, meu feed se enche de fotos de mesas fartas, famílias reunidas e posts sobre gratidão.

No Brasil, nada disso acontece. A quinta-feira passa como qualquer outra.

Mas para mim, essa semana nunca é só sobre um feriado americano.

É sobre um exercício profundo, e necessário, de parar, respirar e lembrar por que fazemos o que fazemos.

E hoje, eu quero te contar uma coisa que nunca contei publicamente: quando comecei a escrever esta coluna, eu estava com medo.

Não era um medo qualquer. Era aquele medo antigo, que sussurra no pé do ouvido:

“Você está fora do Brasil há tanto tempo…” “Será que seu conteúdo ainda é relevante?” “Será que você é boa o suficiente para escrever aqui?”

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A verdade é que meu cérebro, assim como o seu, é mestre em gerar histórias de ameaça. É biologia.

É o que o cérebro humano faz quando encara algo novo: ativa o medo que paralisa.

E eu quase deixei que esse medo ganhasse. Quase.

O que me tirou da paralisia? Ciência.

Eu sabia exatamente o que estava acontecendo.

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Medo → ameaça → evitação

A famosa fórmula que ensino há mais de 20 anos em Harvard.

Quando o cérebro percebe um risco, mesmo que imaginário, ele tenta nos proteger: a gente foge (recuar), reage fazendo demais (reagir) ou congela (permanecer).

Eu estava no modo “reagir”.

Queria evitar escrever, evitar errar, evitar me expor.

Mas a ciência que eu estudo me deu outra escolha: usar o medo como combustível, não como freio.

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O medo que paralisa pode virar medo que impulsiona, quando você decide aproximar em vez de evitar. E foi isso que eu fiz.

Cliquei no “enviar” do primeiro texto com a mão trêmula… E você respondeu.

E aí algo extraordinário aconteceu no meu cérebro.

Cada mensagem sua virou um pequeno experimento neurocientífico: pesquisas da minha colega de Harvard, Jennifer Lerner, mostram que a gratidão altera a forma como o cérebro percebe o mundo.

Ela diminui a impulsividade, amplia a perspectiva e ativa circuitos que reduzem estresse.

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Ou seja: gratidão literalmente acalma o cérebro.

E toda vez que você me escreve dizendo que um texto te ajudou, adivinha?

Meu cérebro recebe uma dessas micro doses de gratidão.

E naquele momento, o medo diminui.

A evitação perde força.

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E eu lembro por que escrevo aqui.

Porque isso é alinhamento com valores.

E o meu compromisso de trazer a ciência que aprendi ao longo de 20 anos em Harvard para transformar vidas no Brasil, de forma simples, prática e humana.

Por isso, esta coluna é sobre você.

Se o Brasil não tem um feriado de Ação de Graças, não importa.

A oportunidade de refletir existe do mesmo jeito.

Enquanto metade do mundo enlouquece em compras de black friday, eu quero te propor outra coisa:

Pare. Respire. E responda: do que você é grato hoje?

Gratidão não é só “sentir algo bonito”

Ela é uma ferramenta reguladora do cérebro.

Ela nos tira do piloto automático, reduz o medo e enfraquece a evitação.

Ela nos lembra que, mesmo diante da incerteza, existe algo firme embaixo dos nossos pés.

E hoje, aqui desse lado, eu sei exatamente do que sou grata: sou profundamente grata por você.

Por cada pessoa que lê, comenta, envia mensagem, compartilha, pensa junto comigo.

Por você permitir que eu esteja aqui, presente, vulnerável, ensinando e aprendendo ao mesmo tempo.

Escrever para você é uma decisão movida por valores. E isso, para mim, é o maior presente.

Um convite para sua semana

Antes de mergulhar em promoções, prazos e urgências, faça um pequeno ritual: liste três coisas pelas quais é grato.

Observe como seu corpo reage. Sinta se o medo diminui ao menos 1%. Perceba se você respira um pouco melhor.

Isso já é ciência em ação. Isso já é viver com ousadia.

Se quiser me contar , lá no meu instagram, o que a gratidão despertou em você, eu vou amar continuar essa conversa.

Nos vemos semana que vem.

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