O aumento de tarifas anunciado pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros pode gerar um prejuízo de R$ 830 milhões ao Rio de Janeiro, segundo estimativa apresentada na última terça-feira, 22, pelo governo estadual. O impacto corresponde a 0,7% do Produto Interno Bruto fluminense e foi discutido na primeira reunião do Grupo de Trabalho criado pelo governador Cláudio Castro (PL) para avaliar os efeitos da medida.
Dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico apontam que os municípios mais afetados serão a capital, Duque de Caxias, São João da Barra e Volta Redonda — polos industriais e exportadores. Os setores mais sensíveis à nova alíquota de 50% são os de petróleo refinado, semimanufaturados de ferro e aço, e pesca. O impacto tende a ser mais expressivo entre pequenas e médias empresas, com potencial reflexo sobre o emprego.
A reunião contou com representantes das secretarias da área econômica e de entidades como Firjan, Fecomércio e ACRJ. Em 2024, o estado exportou US$ 7,4 bilhões para os Estados Unidos e importou US$ 8,9 bilhões. A equipe econômica avalia usar a balança comercial como argumento em eventuais negociações ou pedidos de compensação.
Ainda não há definição sobre a inclusão do petróleo bruto — principal item da pauta de exportações do Rio — nas novas tarifas. A resposta, segundo a Firjan, deve vir apenas no início de agosto. O produto ficou de fora da primeira rodada de taxações anunciada pelo governo americano. Caso a exclusão seja mantida, os efeitos sobre a arrecadação de royalties seriam minimizados. Ainda assim, o governo estadual avalia que o impacto sobre o mercado de trabalho pode ser significativo.
Até o momento, não há previsão de medidas de apoio direto aos empresários afetados.