O Papa Leão XIV recebeu em mãos, através de cartas, um pedido especial de presos brasileiros. Em três documentos, 58 detentos do Presídio Regional de Xanxerê, em Santa Catarina, expressam a esperança de que o Sumo Pontífice dê continuidade ao legado do Papa Francisco, pregando a paz e levando luz onde há escuridão, especialmente entre presidiários e marginalizados. Em audiência exclusiva no Vaticano com o arcebispo de Chapecó, Dom Odelir José Magri, o papa também ganhou uma edição do livro “Leitura e cárcere: (entre) linhas e grades, o leitor preso e a remição de pena” (editora Appris), da professora e pesquisadora Rossaly Beatriz Chioquetta Lorenset.
O título tem ligação com a mensagem dos detentos, que tratam ainda nas três cartas – cada uma representando uma galeria da penitenciária – da importância da leitura no ambiente prisional e do papel da Pastoral Carcerária. Para Rossaly, os livros são uma potente ferramenta de ressocialização e humanização nesses espaços. Professora da Língua Portuguesa, ela conta em “Leitura e Cárcere” – fruto do trabalho no doutorado – sua vivência com presos em um projeto de extensão de leitura que coordenou, durante cinco anos, no curso de Direito da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc Xanxerê).

“Palavras são insuficientes para expressar a emoção desta bênção no Ano Jubilar em que a Igreja nos chama a sermos Peregrinos da Esperança. Para o livro chegar às mãos do Papa Leão XIV, percorreu um caminho cheio de esperança e de amor, que se estendeu de mão em mão, até ser concretizado”, afirma a pesquisadora, destacando o poder do recado enviado ao papa. “As palavras, para além de comunicar, convidam à reflexão e à quebra de paradigma”.