O relator da CPI do Crime Organizado no Senado, Alessandro Vieira (MDB-SE), perguntou ao ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) se ele tinha um número estimado dos investimentos necessários “uma virada de página” no combate à criminalidade sob a ótica do sistema prisional e de ações integradas e de inteligência.
“Não, não temos números desenhados”, respondeu o ministro de Lula.
Pouco antes, na mesma audiência, Vieira havia questionado qual o efetivo de que o governo federal precisava para proteger adequadamente as fronteiras terrestres brasileiras contra o tráfico de drogas e armas, que, disse o emedebista, entra no país com toneladas de matéria-prima para produzir entorpecentes ou com o produto ilegal já acabado.
“Toneladas exigem infraestrutura, logística para deslocamento e segue esse deslocamento por rotas que já são conhecidas pelas polícias brasileiras. Então, evidentemente, falta alguma coisa em termos de investimento, de integração”, afirmou o relator da CPI.
“Se nós temos hoje 13.000 homens na Polícia Federal, o governo federal está capacitando mais 2.000, o quadro total previsto em lei é de cerca de 15.000 homens, precisamos de quantos mil homens? De 30.000 homens? De 45.000 homens?”, perguntou.
Lewandowski, então, disse: “A resposta para essa questão é – me perdoem o modo mais incisivo de colocar: dinheiro, dinheiro, dinheiro e mais dinheiro. Sem dinheiro não se faz segurança pública.”
