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O novo banho de água fria da dupla Trump-Lula na narrativa de Eduardo

 

A divulgação pela Casa Branca da nova galeria de fotos do encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump lança luzes sobre o que o bolsonarismo busca esconder: nas imagens, os dois líderes apertam as mãos, riem em determinados momentos e demonstram um nível de informalidade raro nesse tipo de interação.

Os registros visuais corroboram as apurações de que o diálogo transcendeu o mero protocolo: a câmera flagra Lula à vontade e Trump visivelmente satisfeito em um ambiente que transmite menos rigor e descontração.

Embora o simbolismo não signifique a concretização dos objetivos do Brasil – a pauta central, a retirada ou redução das tarifas americanas, permanece sem definição –, para o entorno de Eduardo Bolsonaro, que vinha sustentando a narrativa de impasse prolongado, os flagrantes configuram um revés.

A tese de que “ainda não avançamos” depara-se agora com uma contraprova visual nos sorrisos dos dois presidentes. Semelhante cenário imporá aos bolsonaristas uma atualização do discurso ou o ônus de parecerem descolados da realidade.

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Nesse sentido, o episódio é mais que um constrangimento para Eduardo Bolsonaro, pois reforça a sensação de que a estratégia dele – insistir em fissuras diplomáticas e tensionar relações – está desalinhada com o momento.

Ao minimizar a importância da reunião, o filho do ex-presidente serve, involuntariamente, à consolidação da imagem de Lula como figura capaz de reconstruir pontes onde antes havia ruínas.

A reunião em Kuala Lumpur pode não ter resultado em alívio tarifário imediato, mas engendrou um ativo político valioso: uma cena que representa distensão. A diplomacia move-se sobretudo por gestos – e, na política externa, os afagos precedem os acordos.

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