As bolsas de apostas em Brasília estão a todo vapor com a disputa pela vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal.
O advogado-geral da União, Jorge Messias, é hoje o nome mais forte, sustentado pela proximidade e confiança pessoal com o presidente Lula, com quem divide o cotidiano do Planalto e todas as decisões jurídicas do governo.
Nos bastidores, porém, o cenário ainda é de disputa. Bruno Dantas, presidente do TCU, e Rodrigo Pacheco, ex-presidente do Senado, seguem no páreo e contam com apoios importantes: Dantas pela capacidade de diálogo entre Poderes, e Pacheco pelo peso político de seu grupo no Congresso.
Mas o favoritismo de Messias não é consenso. Dentro do próprio PT e entre setores da sociedade civil, cresce a pressão para que o presidente rompa o padrão e indique uma mulher.
A demanda ganhou força com uma carta pública assinada por magistradas, promotoras e defensoras, que afirmam ser “estrutural” a desigualdade de gênero na Corte — em 134 anos de história, o STF teve apenas três ministras. A mobilização reúne entidades como o Fórum Justiça e a Themis Gênero e Justiça.
Corre por fora da lista de favoritos o nome da ministra do STJ Daniela Teixeira, que é vista como uma alternativa de equilíbrio.
Indicada por Lula em 2023, ela é vista no Planalto como uma opção capaz de conciliar confiança política e representatividade simbólica, caso o impasse entre Messias, Pacheco e Dantas se acirre.
Enquanto isso, o Planalto mede o custo político da escolha. Lula está perto de definir se manterá a lealdade pessoal de sempre — ou se cederá à ruptura simbólica que parte de sua base exige.