Uma cúpula sobre o clima em Castel Gandolfo, cidade próxima a Roma, reuniu nesta quarta-feira, 1, duas figuras improváveis: o papa Leão XIV e Arnold Schwarzenegger, que além de astro de filmes de ação de Hollywood é ex-governador da Califórnia. Unidos pela defesa ambiental, ambos pediram que a sociedade civil exerça pressão sobre governos para acelerar medidas contra o aquecimento global.
O encontro fez parte da conferência internacional “Aumentar a esperança pela justiça climática”, organizada em celebração aos dez anos da encíclica “Laudato Si’”, publicada em 2015 pelo falecido papa Francisco. O evento reuniu especialistas em meio ambiente, líderes indígenas, representantes da sociedade civil e ativistas de diversos países. Apesar das metas do Acordo de Paris, as emissões globais continuam em alta.
Eleito em maio após a morte de Francisco, o papa Leão XIV, nascido nos Estados Unidos, tem mantido a mesma linha de compromisso climático de seu antecessor. Missionário por duas décadas no Peru, ele testemunhou de perto os efeitos das mudanças climáticas em comunidades vulneráveis. “Não há espaço para indiferença ou resignação”, declarou. “Os cidadãos devem participar ativamente da tomada de decisões políticas em nível nacional, regional e local.”
O pontífice destacou ainda a expectativa em torno da COP30, marcada para novembro no Brasil, e disse esperar que a conferência “ouça o clamor da Terra e o clamor dos pobres, das famílias, dos povos indígenas, dos migrantes involuntários e dos crentes de todo o mundo”.
Schwarzenegger, por sua vez, reforçou seu histórico de ativismo ambiental, iniciado durante os anos em que governou a Califórnia, entre 2003 e 2011. Em discurso enérgico, pediu mais ação e menos retórica. “Vamos parar de reclamar e começar a trabalhar! O poder está nas mãos do povo, não apenas do governo federal”, afirmou, em crítica velada ao presidente Donald Trump, conhecido pelo ceticismo em relação às mudanças climáticas.
