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O ‘morde e assopra’ italiano para atrair mão de obra de estrangeiros

O governo italiano adotou uma estratégia de “morde e assopra” na política migratória. Ao mesmo tempo em que endurece o discurso sobre a entrada de estrangeiros e restringe o acesso à cidadania iure sanguinis (transmitida por sangue), o vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, articulou um novo decreto que cria uma via preferencial para descendentes de italianos trabalharem no país, fora da cota do tradicional sistema migratório.

A medida, publicada no fim de novembro, abre um canal fora da cota, sem limite numérico, destinado a cidadãos de países com forte presença da diáspora italiana, como Brasil, Argentina, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Uruguai e Venezuela.O decreto permite que descendentes de italianos solicitem um permesso di soggiorno per lavoro subordinado (autorização de residência para trabalho assalariado) sem depender do disputado Decreto Flussi, que libera autorizações de trabalho apenas uma vez por ano e costuma esgotar em poucas horas.

Mas a sedução de trabalhar na Itália precisa ser avaliada com cautela, explica Welliton Girotto, CEO da Master Cidadania.“Ninguém será contratado do Brasil sem falar a lingua ou sem se enquadrar nas profissões mais demandadas, como fábricas, restaurantes e hotéis. Além disso, mesmo quando o brasileiro que é descendente de italiano renuncia aos tribunais, que reconhecem seu direito ao iure sanguinis, adquirido no nascimento, ele ainda precisa cumprir dois anos de trabalho subordinado antes da naturalização, que é considerada uma cidadania de classe B”.

A iniciativa quer atrair mão de obra em setores com escassez de trabalhadores e, ao mesmo tempo, privilegiar quem já tem raízes italianas, reforçando a narrativa de “retorno” da própria diáspora.

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