A semana começa com a Bolsa brasileira olhando menos para Brasília e mais para o resto do planeta. A correção forte das bolsas europeias — algumas recuando perto de 2% — acabou respingando por aqui, e o mercado segue na mesma toada: sem grandes gatilhos no curto prazo, o humor local vai sendo ditado pelo cenário internacional, que anda instável o suficiente para movimentar tudo e não explicar nada.
Segundo Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, ainda não há nenhum evento concreto no horizonte capaz de mudar essa dinâmica. Reuniões diplomáticas, encontros políticos e conversas entre autoridades até podem gerar barulho, mas nada disso tem se traduzido em preço. Para ele, o mercado está simplesmente acompanhando o movimento global — e esperando o dado que realmente importa.
Esse dado chega em 4 de dezembro, com a divulgação do PIB do terceiro trimestre, que promete ser o verdadeiro teste de nervos. O Brasil vem desacelerando, e o mercado quer entender se o tombo foi suave ou se o país escorregou de vez no penhasco. O resultado deve mexer diretamente nas expectativas para a Selic: juros em 15% já pressionam a atividade, e um PIB mais fraco pode empurrar o debate para um afrouxamento mais rápido. Até lá, a B3 segue naquele modo observador — um olho no mundo, outro no calendário.
