O Rencontres d’Arles é um dos eventos mais importantes da fotografia mundial, transformando a cidade francesa de Arles em um epicentro de debates, exposições e descobertas artísticas durante o verão. Com mais de 40 mostras espalhadas por espaços históricos e industriais, o festival atrai curadores, colecionadores e amantes da fotografia de todo o mundo.
Representando o Brasil no evento de 2025, que começa nesta segunda-feira, 7, está o jovem fotógrafo brasileiro Ian Cheibub, de 26 anos. Seu projeto “Alumbre na Macaia” encontrou em Arles um ambiente propício para reverberar. Para criar imagens únicas, o niteroiense começou a fotografar seu terreiro com filme tradicional e depois submergia as películas em um banho de ervas. “Alumbrar é, ao mesmo tempo, se iluminar e se encantar. Macaia é um lugar sagrado, além de também ser o conjunto de folhas sagradas usadas na umbanda e no Candomblé”, escreveu o artista, que é a quinta geração de um terreiro de umbanda, onde sua avó era a mãe de santo.
“É uma honra transmitir em arte uma prática e herança familiar. Meu trabalho é uma forma de colocar a minha avó, que foi uma guia espiritual, em um lugar de prestígio que ela nunca teve”, disse Cheibub a VEJA. “Arles é uma meta da fotografia no mundo inteiro”, completou.
Além de revelar talentos emergentes, o Rencontres d’Arles mantém seu prestígio ao reunir grandes instituições, como Museu de Arte Moderna (MoMA) e Centre Pompidou, em um mesmo espaço de discussão. A edição de 2025, mais uma vez, confirma o papel do festival como um catalisador de reflexões sobre a imagem.
