Ciente de que uma guerra não se combate apenas com armas de fogo, a maestrina Keri-Lynn Wilson, 58 anos, convocou 75 músicos nascidos na Ucrânia semanas depois de o país ser invadido pela Rússia, em 2022. Nascia, assim, a Orquestra Ucraniana da Liberdade, que cultiva o princípio de jamais se render aos compositores russos, em um movimento de resistência cultural que exclui os renomados Stravinsky e Tchaikovsky. “Nenhuma música russa será tocada pelas minhas mãos”, diz a regente canadense de ascendência eslava. Em turnê pela Europa, o repertório apresentado é composto por obras do ucraniano Maxim Kolomiiets e do alemão Beethoven. “Meu bastão é minha arma”, afirma Wilson, que tem lotado as salas de espetáculos por onde passa — não apenas pela boa performance de seu batalhão sonoro.
Com reportagem de Nara Boechat e Giovanna Fraguito
Publicado em VEJA de 29 de agosto de 2025, edição nº 2959
