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O impasse que cerca a prisão de Bolsonaro

A publicação do acórdão que consolidou a última derrota judicial de Jair Bolsonaro reacendeu, em Brasília, a sensação de que o desfecho da novela jurídica está próximo. Com o recurso rejeitado, a defesa terá direito a apresentar novo pedido — sem mudar o mérito da condenação. Mas, segundo o colunista Robson Bonin, essa etapa é apenas o prólogo de um momento decisivo.

Há rumores entre ministros do Supremo de que Alexandre de Moraes pode decretar a prisão do ex-presidente a qualquer momento, dando início ao cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses em regime fechado. Bolsonaro hoje está em prisão domiciliar.

O ex-presidente pode ir para um presídio?

A movimentação dentro do STF aponta na mesma direção: nos bastidores, muitos acreditam que a intenção de Moraes é enviar Bolsonaro para um presídio, e não mantê-lo em casa. A Polícia Federal já tem uma sala especial preparada em Brasília — e há também uma ala reservada para ele na Papuda.

Mas o debate veio carregado de política. Para aliados do ex-presidente, enviar Bolsonaro a um presídio seria interpretado como vingança — especialmente porque Moraes foi um dos principais alvos da trama golpista. Para ministros do Supremo, porém, vale a lógica inversa: Bolsonaro não deveria ter tratamento especial.

A defesa aposta em qual estratégia?

O time de advogados de Bolsonaro tenta criar argumentos para impedir que ele seja levado à Papuda. O principal caminho é a condição de saúde do ex-presidente. A defesa corre atrás de laudos médicos que sustentem a tese de que ele não teria condições físicas de cumprir pena em regime fechado.

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O caso do ex-presidente Fernando Collor, condenado a oito anos e autorizado a cumprir a pena em casa por razões médicas, virou o modelo que o bolsonarismo tenta replicar.

O impacto político de uma possível prisão

Caso Moraes determine o envio de Bolsonaro a um presídio, o bolsonarismo deve reagir com força, retomando o discurso de vitimização e acusando o Supremo de abuso de poder. Bonin destaca que aliados já se organizam para essa narrativa, preparando ataques ao tribunal e ao próprio relator.

A decisão deve desencadear uma nova onda de polarização: de um lado, os que defendem o cumprimento estrito da pena; do outro, apoiadores do ex-presidente, que enxergariam a medida como perseguição.

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A prisão de Bolsonaro sai quando?

Tecnicamente, Bolsonaro pode ser preso assim que o STF considerar esgotadas as etapas recursais. Mas há um detalhe: Moraes autorizou visitas políticas ao ex-presidente até meados de dezembro, o que sugere — mas não garante — que a prisão não aconteceria antes disso.

“A imprevisibilidade das decisões do Supremo quando o assunto é trama golpista sempre pesa”, lembrou Bonin.

Com a defesa mobilizada, o STF atento e Brasília em alerta, resta apenas acompanhar o relógio — porque a decisão final, mais cedo ou mais tarde, virá.

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