O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), buscou reduzir a dimensão do desgaste entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), após a indicação de Jorge Messias para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Em entrevista ao Ponto de Vista, apresentado por Marcela Rahal, Randolfe afirmou que o episódio não compromete a relação institucional entre Planalto e Congresso e que o diálogo deve ser retomado no próximo ano (este texto é um resumo do vídeo acima).
Segundo o senador, a escolha de Messias gerou uma divergência pontual, mas não altera uma trajetória de colaboração que, na avaliação do governo, tem sido decisiva para a governabilidade desde antes da posse de Lula.
A relação entre Lula e Alcolumbre está abalada?
Para Randolfe, não. O líder governista destacou que o Executivo “só tem a agradecer” ao presidente do Senado pelo papel desempenhado em momentos centrais do atual governo. Ele lembrou que Alcolumbre foi peça-chave na articulação da PEC da Transição, ainda no período pré-posse, permitindo recompor o Orçamento herdado do governo anterior.
Na avaliação do senador, episódios de discordância fazem parte do jogo político e não anulam uma relação marcada por cooperação em votações estratégicas.
Qual foi o papel de Alcolumbre nas pautas econômicas do governo?
Randolfe fez questão de listar iniciativas recentes em que a atuação do presidente do Senado foi considerada decisiva pelo Planalto. Entre elas, citou a aprovação do projeto que reduziu em 10% as desonerações tributárias, medida essencial para o fechamento do Orçamento de 2024.
Segundo ele, sem a “boa vontade” e a articulação de Alcolumbre junto ao Congresso, o país sequer teria uma peça orçamentária aprovada para o próximo ano.
A indicação de Jorge Messias mudou esse cenário?
O senador reconheceu que houve uma divergência em torno do nome escolhido por Lula para o Supremo Tribunal Federal, mas tratou o episódio como algo natural. Para Randolfe, a prerrogativa presidencial de indicar ministros do STF pode gerar ruídos, mas não rompe alianças institucionais consolidadas.
Ele ressaltou que, ao longo dos últimos anos, há mais fatores de convergência do que de afastamento entre o governo e o comando do Senado.
Quando deve ocorrer a sabatina de Jorge Messias?
De acordo com Randolfe, a agenda da sabatina ficará para o próximo ano. O líder do governo afirmou ter convicção de que a conversa entre Lula e Alcolumbre ocorrerá em breve e sinalizou confiança na retomada do diálogo.
“Os dois têm uma boa química”, afirmou, ao antecipar que o entendimento institucional tende a prevalecer após o recesso parlamentar.
O que esperar da relação entre Planalto e Senado em 2025?
Na leitura do líder governista, a tendência é de acomodação. Apesar das tensões recentes, Randolfe avalia que a relação entre Lula e Alcolumbre segue sustentada por interesses comuns, especialmente na condução da agenda econômica e na estabilidade política do governo no Congresso.
Para o Planalto, preservar essa interlocução será essencial em um ano que antecede o ciclo eleitoral de 2026 e promete intensificar disputas políticas dentro e fora do Legislativo.
VEJA+IA: Este texto resume um trecho do programa audiovisual Ponto de Vista (confira o vídeo acima). Conteúdo produzido com auxílio de inteligência artificial e supervisão humana.