A ordem do ministro Alexandre de Moraes para que o ex-presidente Jair Bolsonaro vá para a prisão domiciliar nesta segunda-feira, 4, teve como principal ponto o desrespeito às medidas cautelares que lhe foram impostas. Neste domingo, 3, quando apoiadores do ex-presidente foram às ruas para defendê-lo, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) publicou nas suas redes sociais uma imagem do pai usando o celular para acompanhar o ato de Copacabana. Além disso, o senador colocou o pai para falar ao telefone, no viva-voz, com os manifestantes.
Na legenda da publicação, o senador colocou uma legenda como se fosse um recado do ex-presidente para os apoiadores que foram às ruas no domingo. “‘Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos’, disse Jair Bolsonaro”, dizia a imagem divulgada por Flávio no Instagram. O post foi apagado.

“Agindo ilicitamente, o réu Jair Messias Bolsonaro se dirigiu aos manifestantes reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro, produzindo dolosa e conscientemente material pré-fabricado para seus partidários continuarem a tentar coagir o Supremo Tribunal Federal e obstruir a Justiça, tanto que, o telefonema com o seu filho, Flávio Nantes Bolsonaro, foi publicado na plataforma Instagram”, diz trecho da decisão de Moraes.
Desde o dia 18 de julho, quando colocou tornozeleira eletrônica, o ex-presidente está proibido de usar redes sociais — tanto as suas quanto as de terceiros. Na manifestação deste domingo, ele falou por viva-voz com os manifestantes de Copacabana e também fez uma videochamada com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que foi ao ato de São Paulo, na Avenida Paulista.
Leia a decisão de Moraes que mandou Bolsonaro para prisão domiciliar
Publicações feitas pelos outros filhos do ex-presidente também foram mencionadas na decisão de Moraes. O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) publicou uma foto de seu pai usando o celular na beira da piscina afirmando que “Alexandre de Moraes não vai conseguir calar um país inteiro”. Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, também prometeu mais sanções aos ministros do Supremo — em referência à inclusão de Moraes na lista de punidos pela Lei Magnitsky.