Daniel Vorcaro faz contas. Ele terá que se desfazer de ativos após a recusa do Banco Central (BC) em autorizar sua operação junto ao BRB, banco controlado pelo governo do Distrito Federal. O problema é que isso não virá sem um grande desconto — o custo do desespero.
O Banco Master possui cerca de 87 bilhões de reais em ativos, mais do que o dobro do que tinha há 12 meses. Mas o passivo do banco também cresceu na mesma velocidade: são 83 bilhões de reais em dívidas, mais que o dobro do ano anterior, segundo dados do BC. Desse montante, cerca de 16 bilhões de reais vencem ao longo deste ano.
É um banco altamente alavancado. A maior parte do passivo está concentrada em: CDBs (31 bilhões de reais), CDIs (18 bilhões de reais); LCI/LF (3 bilhões de reais); operações compromissadas (1,7 bilhão de reais); e derivativos (1,3 bilhão de reais).
Entre amigos, Vorcaro calcula que o prejuízo ao mercado, sem a autorização da operação do BC, pode ser de até 40 bilhões de reais. “Ele vai ter que vender com deságio, o passivo vai aumentar. A tendência é receber os ativos sem correção”, diz um interlocutor de Vorcaro reservadamente.