Laís Nunes, 32 anos, venceu o campeonato brasileiro de Wrestling, mais conhecido como luta livre, na categoria 62 quilos, na primeira semana de outubro, apenas seis meses após o nascimento da filha. Em 2024, a atleta não conseguiu se classificar para as Olimpíadas de Paris e passou a se dedicar ao projeto de gravidez, que veio rapidamente. Ela e o marido, Kairo Lorran, receberam Olívia em março e, em pouco tempo, já deu sorte para a mamãe no pódio.
Aos 13 anos, com a ajuda de um professor do colégio, Laís conheceu a luta. O que era para ser apenas uma atividade para manter o corpo ativo, se tornou a profissão e seu propósito de vida. Pouco tempo depois, foi sozinha para Brasília e se profissionalizou. “ O esporte de alto rendimento é muita exigência, cada ciclo é muito intenso, você tem que viver para aquilo. Mas eu sempre quis ser mãe, era um objetivo de vida construir uma família, assim como a luta”, comenta.
O plano inicial era que a lutadora engravidasse após as Olimpíadas do Japão, em 2020. Mas com a pandemia, o sonho foi adiado. Sua equipe técnica sabia do desejo de Laís e planejou, junto com ela, como seria o processo de treinos durante e após a gravidez. “Um dia antes da Olívia nascer, eu estava lá treinando. Só não fui no dia que ela nasceu, porque o meu marido me impediu. Vinte dias após o parto, voltei aos treinos, com algumas restrições, é claro”.
A conquista do título foi uma surpresa, por ser o primeiro campeonato desde que ficou grávida. “Os desafios que eu tive com a minha filha me fortaleceram. São seis meses que eu não durmo direito, porque não tenho rede de apoio, somos eu e meu marido. Acordo a madrugada inteira pra aumentar e no dia seguinte estou lá treinando. Você fica duas vezes mais motivada com a maternidade, e por isso fui já com muita emoção, euforia e garra. Acabou dando certo”, comemora.