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O esquema de segurança de Maduro para se proteger de um ataque dos EUA

Em meio ao auge de uma crise política com os Estados Unidos, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, tem tomado medidas para garantir sua segurança. De acordo com informações divulgadas pelo jornal americano The New York Times nesta terça-feira, 2, o líder vive em uma atmosfera de tensão, mas ainda acredita na possibilidade de se manter no poder.

No total, sete pessoas vinculadas ao governo da Venezuela foram ouvidas pelo NYT, sob condição de anonimato. De acordo com elas, Maduro tem grande preocupação com a possibilidade de uma incursão de forças especiais americanas ou um ataque de precisão contra a sua figura.

Para se proteger, ele passou a trocar de celular e mudar o local onde dorme com frequência. Além disso, Maduro diminuiu contato de agentes cubanos, tanto no Exército nacional quanto na sua segurança pessoal, como uma forma de reduzir o risco de traições. As medidas vêm se intensificando desde setembro, quando Washington deslocou navios de guerra para a costa venezuelana.

Apesar da evidente preocupação, Maduro tem buscado transparecer uma imagem de tranquilidade ao público venezuelano. Embora tenha reduzido sua participação em cerimônias programadas e transmissões ao vivo, o ditador passou a comparecer em eventos de maneira espontânea e intensificou a produção de vídeos na rede social TikTok.

Em meio à escalada das tensões, o presidente busca se dirigir ao público quase diariamente, exacerbando uma característica campanha de relações públicas contínua que marca seu governo, com divulgação de ações governamentais, vídeos abraçando populares nas ruas e críticas aos Estados Unidos.

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Desde que Donald Trump voltou à Casa Branca no início deste ano, Washington vem acusando Maduro de liderar o Cartel de los Soles e oferecem uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura do chefe do regime chavista. Em paralelo, intensificam-se os ataques a barcos de Organizações Terroristas Designadas, como define o governo americano, no Caribe e Pacífico.

No final de outubro, o líder americano revelou que havia autorizado a CIA a conduzir operações secretas dentro da Venezuela, aumentando as especulações em Caracas de que Washington quer derrubar Maduro. Fontes próximas à Casa Branca afirmam que o Pentágono apresentou a Trump diferentes opções, incluindo ataques a instalações militares venezuelanas — como pistas de pouso — sob a justificativa de vínculos entre setores das Forças Armadas e o narcotráfico.

Há poucas semanas, militares americanos de alto escalão apresentaram opções de operações contra Caracas a Trump. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, o chefe do Estado-Maior Conjunto, Dan Caine, e outros oficiais entregaram planos atualizados, que incluíam ataques por terra. Segundo a emissora CBS News, a comunidade de Inteligência dos EUA contribuiu com o fornecimento de informações para as possíveis ofensivas na Venezuela, que variam em intensidade.

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Segundo a imprensa americana, Trump teria dado durante telefonema recente um ultimato para que o presidente da Venezuela deixasse o país caribenho. A conversa, segundo o jornal americano The New York Times, ocorreu na semana passada. A bordo do Air Force One, Trump confirmou a ligação no domingo, 31, mas não deu detalhes sobre o que foi discutido, atendo-se a dizer: “Não diria que correu bem nem mal. Foi uma chamada telefônica.

Segundo Andrés Izarra, ex-ministro de Maduro, um acordo com Trump reduziria a pressão externa imediata sobre o governo Maduro, mas não solucionaria o cenário interno, em crise desde as alegações de fraude eleitoral referentes ao pleito de 2024.

“A maior crise deles é a crise de legitimidade. Eles negam completamente que o país os odeie”, declarou Izarra, que também atuou como ministro na administração de Hugo Chávez. Segundo ele, a falta de apoio popular faz com que a crise persista mesmo quando os navios de guerra americanos partirem.
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