counter O erro capital do presidenciável Flávio Bolsonaro na busca pela anistia – Forsething

O erro capital do presidenciável Flávio Bolsonaro na busca pela anistia

Antes do início do julgamento do processo de tentativa de golpe de Estado pelo Supremo Tribunal Federal, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho de Jair Bolsonaro, mostrava-se tranquilo quanto ao futuro do pai e da própria família.

A conjuntura não parecia tão desfavorável. O governo de Donald Trump, ídolo político do capitão e farol da direita mundial, havia anunciado um tarifaço às exportações brasileiras, cassado vistos de magistrados e aplicado a Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso do golpe, como forma de pressionar a gestão Lula e o STF a livrarem Bolsonaro da cadeia.

Com a ajuda de seu irmão Eduardo Bolsonaro, deputado que abandonou o mandato e se mudou para os Estados Unidos, Flávio usava o arsenal disparado por Trump como instrumento de persuasão. Ele dizia que os tiros poderiam se intensificar e atingir um universo cada vez maior de autoridades brasileiras. O tom era de ameaça — direta ou velada, a depender do interlocutor.

Em campanha para garantir a aprovação de uma anistia aos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, e a eventuais condenados no processo da trama golpista, Flávio chegou a alertar os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil – AP), sobre os efeitos da Lei Magnitsky, que causa asfixia financeira em quem é enquadrado nela.

O senador jurou que as conversas com Motta e Alcolumbre não foram realizadas para pressioná-los, mas apenas para detalhar como funcionava a legislação. Algo inocente e quase pedagógico. Não faz diferença. Dias antes, Eduardo Bolsonaro já tinha postado numa rede social um recado para Motta, lembrando que a Magnitsky poderia encontrá-lo no futuro.

Continua após a publicidade

Considerado o rebento mais habilidoso politicamente, Flávio apostou todas as fichas nas “bombas atômicas” de Trump. Em linha com a família, ele preferiu o caminho da intimidação ao da negociação. Não deu certo. O presidente americano se aproximou de Lula, o tarifaço foi atenuado, o STF condenou Jair Bolsonaro, e a anistia perdeu fôlego no Congresso.

Restou a aprovação pela Câmara do chamado “PL da Dosimetria”, que pode reduzir a pena do ex-presidente e de outros golpistas se passar pelo Senado e for sancionado por Lula. Agora presidenciável, Flávio insiste na anistia e diz que o texto não é o ideal, mas que sabe que o projeto é bem melhor do que nada. Ainda mais depois da desilusão com a gestão Trump, que na sexta-feira, 12, anunciou a retirada de Moraes e da esposa dele da lista de sancionados pela Magnitsky.

Publicidade

About admin