Cotados para disputar uma vaga ao Senado por Santa Catarina em 2026, o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) e a deputada federal Caroline de Toni (PL-SC), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), se encontraram nesta terça-feira, 8, em Brasília. Em foto publicada nas redes sociais, Carlos elogiou a correligionária, colocou-se à disposição e disse que tem como objetivo “aprender e dividir vivências”.
“Hoje tive a oportunidade de visitar a competente e guerreira parlamentar Caroline de Toni, na Casa da Liberdade, assim como procuro conversar e compartilhar experiências com muitos outros, seja de maneira formal ou informal, visando sempre aprender e dividir vivências”, disse o filho Zero Dois do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Neste momento, poucos motivos nos fazem sorrir; contudo, esses encontros nos enchem de energia para continuar o combate. Agradeço, mais uma vez, a disponibilidade e simpatia, colocando-me à disposição, sempre”, prosseguiu o vereador.
Disputa
Nas últimas semanas, tanto Carlos quanto o próprio ex-presidente deixaram claro que vão insistir na candidatura do Zero Dois na corrida a uma das duas vagas no Senado reservadas a Santa Catarina nas eleições de 2026. O plano faz parte da estratégia do ex-presidente de eleger membros do clã para cadeiras na Casa Alta. É o caso de Flávio Bolsonaro, pelo Rio de Janeiro, Eduardo Bolsonaro, por São Paulo, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pelo Distrito Federal.
Eleger o maior número de senadores, inclusive, tem sido uma das prioridades do bolsonarismo. São os senadores que têm a prerrogativa de, por exemplo, julgar pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e também de barrar determinadas decisões da Corte — ativos importantes dado o avanço do Judiciário sobre o núcleo duro do ex-presidente.
Desconforto
Ao mesmo tempo, a tentativa de movimento hegemônico da família Bolsonaro em Santa Catarina já incomoda aliados do ex-presidente, que, como mostrou o colunista de VEJA José Casado, repudiam a ideia de que o estado, tradicional reduto do conservadorismo, seja transformado numa espécie de curral eleitoral do clã.
Em 2026, o estado vai eleger dois senadores para vagas atualmente ocupadas pelo ex-governador Esperidião Amin (PP) e Ivete da Silveira (MDB). Amin é candidato à reeleição pela coalizão partidária de direita que desde 2018 adotou Bolsonaro como referência eleitoral. As deputadas federais Carolina Di Toni, Júlia Zanatta — e, ao que tudo indica, agora também Carlos — brigam pela indicação do Partido Liberal à outra vaga.