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O ‘elo fraco’ que Alcolumbre expôs ao subir o tom contra Eduardo Bolsonaro

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), endureceu o discurso contra a ala bolsonarista após uma sucessão de episódios que, na última semana, expôs a fragilidade do Congresso e, em especial, a dificuldade de comando da Câmara sob Hugo Motta (Republicanos-PB).

Na avaliação de Robson Bonin, colunista de Radar, em participação no programa Os Três Poderes, Alcolumbre foi obrigado a “entrar em campo” para tentar conter o desgaste. “Mesmo que ele não tenha nada a ver com o que acontece na Câmara, de certo modo sofre cobrança do Supremo e do governo, que perguntam: ‘O que está acontecendo aí? Como a ala radical, que deveria ser minoria, consegue impor essa agenda?’”, disse.

O estopim foi a ofensiva de Eduardo Bolsonaro, que, mesmo residindo nos Estados Unidos, foi nomeado pelo PL como líder da minoria — um cargo classificado como “fantasma” por críticos. “Se a moda pega, daqui a pouco vai ter deputado eleito no Amapá ou em São Paulo, morando em Paris ou na Itália. Virou uma festa, uma humilhação para o cargo de deputado federal”, avaliou Bonin.

Além disso, a Câmara aprovou a chamada PEC da Blindagem, que amplia prerrogativas para presidentes de partidos políticos, e autorizou a urgência da PEC da Anistia, mesmo sem um texto definido. “É surreal aprovar a urgência de um projeto que sequer existe”, observou o colunista.

As reações imediatas do Supremo

Esses movimentos provocaram reações imediatas do Supremo, com recados de ministros como Flávio Dino apontando a inconstitucionalidade da liderança concedida a Eduardo Bolsonaro e sinalizando que a Corte também deve barrar a blindagem e a anistia.

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Diante do cenário, Alcolumbre acusou Eduardo Bolsonaro de “trabalhar contra o Brasil” ao articular sanções no exterior contra ministros do Supremo e contra a economia nacional. A crítica veio acompanhada da promessa de que o Senado não será palco para o que chamou de “maluquices” políticas.

O simbolismo na ação de Alcolumbre

Segundo Bonin, a movimentação de Alcolumbre também tem efeito simbólico: funciona como uma boia de salvação para Hugo Motta, que “se tornou secretário de vontades de diferentes grupos políticos” e viu a Câmara se transformar em um terreno de atritos entre Congresso e STF.

No pano de fundo, segue a tentativa de costurar um “acordo de pacificação” entre os Poderes, articulado por Michel Temer e já mencionado por ministros do Supremo como uma saída para encerrar o impasse. Mas, como observou o ministro Gilmar Mendes em entrevista ao colunista, nem PT nem PL parecem interessados em baixar as armas. “Essa briga é um ativo eleitoral”, resumiu Bonin, lembrando que a polarização continua sendo combustível para ambos os lados.

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