O ritmo de emissão de títulos da dívida pública diminuiu em julho por conta da incerteza causada pelo choque adverso do tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil. Na próxima sexta-feira, 1, produtos brasileiros serão taxados em 50% ao entrarem nos Estados Unidos, sem acordo.
Segundo o Tesouro Nacional, até o momento, foram emitidos 93 bilhões de reais em títulos da dívida neste mês de julho, número abaixo do previsto no Plano Anual de Financiamento (PAF) da dívida. O Tesouro caminha para ter um dos menores volumes de emissão no mês em função disso.
No entanto, o volume menor de emissões em julho é compensado pelo grande volume de emissão de títulos da dívida registrado no começo do ano, segundo Helano Dias, coordenador de operações da dívida pública do Tesouro Nacional.
Segundo ele á chance de as emissões crescerem no segundo semestre mas isso vai ficar por conta de um ambiente mais favorável e maior apetite dos investidores. “Neste momento o que a gente enxerga é um aumento da incerteza”, disse Dias. “Entendemos que seria prudente reduzir o ritmo de emissão, sobretudo considerando que a gente está bem confortável do ponto de vista de estatísticas da dívida pública”, continuou.
Nesta segunda-feira, o Tesouro informou que a dívida pública federal (DPF) aumentou 212,2 bilhões de reais em junho e atingiu a marca de 7,883 trilhões de reais. A alta é de 2,77% em relação a maio.