Há coisa de duas semanas, quando o apresentador Stephen Colbert anunciou o fim de seu talk-show na rede CBS, os apoiadores do presidente americano Donald Trump comemoraram: uma das vozes mais críticas e mordazes contra as políticas do republicano enfim se calaria. Até mesmo Trump, com sua notória língua sincerona, festejou a queda do “inimigo”. Ocorre que o The Late Show with Stephen Colbert ainda ficará no ar até o longínquo mês de maio de 2026, e o apresentador não apenas continua incólume em sua rotina de sátiras e comentários demolidores sobre a mandatário: ele redobrou a intensidade de seus disparos, reforçando sua postura crítica contra o político.
- Os novos disparos de Colbert contra Trump
Na segunda-feira 28, Colbert compartilhou uma tirada nas redes sociais em que tripudia sobre o tema que virou a pedra no sapato de Trump: sua relação com o radioativo Caso Epstein. Aproveitando uma reunião de Trump com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, ele fez uma brincadeira ácida. Na ocasião, o presidente americano deu uma declaração negando a relação com Epstein: “Por acaso, nunca fui à ilha dele. Nunca tive o privilégio de visitar a ilha de Epstein.”
Colbert, com seu humor ferino, respondeu: “Desculpe, o quê? Infelizmente, nunca tive o prazer de jantar com Jeffrey Dahmer.” A piada faz referência ao fato de que Trump afirmou ter recusado um convite de Epstein, que cometeu suicídio em 2019, e que, segundo investigações, usava suas ilhas privadas para tráfico de menores. Trump afirmou que muitos ricaços de Palm Beach, onde tem seu famoso resort de Mar-a-Lago, também foram convidados a visitar as tais ilhas — mas que ele, num “bom momento”, teria declinado. Colbert não deixou passar a oportunidade de zombar da justificativa de Trump para se afastar de Epstein, alegando que o ex-presidente finalmente “mostrou alguma moral”.
- Por que guerra de Trump contra humor saiu pela culatra?
Desde que o final de seu programa foi anunciado, Colbert e outros apresentadores de talk-shows americanos intensificaram suas críticas a Trump — que, por sua vez, declarou que é “muito bom” ver Colbert indo embora e que espera ter contribuído para sua saída. Trump também afirmou, sem apresentar provas, que os estrelados apresentadores Jimmy Kimmel e Jimmy Fallon seriam igualmente afastados do horário nobre, alegando que “o que se diz” é que isso aconteceria. O que ocorreu após sua declaração, porém, tem sido o contrário: Kimmel e Fallon também redobraram as investidas contra o presidente. Um efeito inesperado — e providencial — contra o poderoso que se acha no direito de calar as vozes do humor.
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